"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

VÍRUS e SOROS

Uma medida importante para promover a saúde de uma população e a vacinação. Vacinar é injetar no organismo bactérias mortas ou suas toxinas desativadas, vírus atenuados ou partes desses vírus que possam ser reconhecidas pelo corpo como antígenos. Isso faz com que o organismo produza anticorpos específicos, sem ficar doente.

Linfócito T (em laranja) atacam uma célula cancerosa
(imagem ao microscópio eletrônico, aumentado 4000 vezes).
Algumas vezes, para obter um volume razoável de anticorpos, é necessária a vacinação por três ou mais vezes, pois o tempo que os anticorpos permanecem no organismo é variável. Assim, dependendo do tipo de vacina, é conveniente, após algum tempo, a aplicação de uma dose suplementar – o chamado  reforço. Após isso, o organismo produz de imediato um nível alto de anticorpos, o que torna a conferir resistência contra a infecção.

A vacina é um caso de imunização ativa, porque o próprio corpo fabrica os anticorpos contra o agente infeccioso. Em geral, tem função de prevenir uma doença, embora algumas vacinas sejam dadas ao indivíduo doente para aumentar suas defesas contra microrganismos.

Às vezes, porém, é preciso uma defesa rápida, por exemplo, quando um indivíduo sofre ferimentos suspeitos de contaminação pelo bacilo do tétano ou pelo vírus da raiva ou quando é picado por serpentes peçonhentas. Nesses casos, não se deve esperar que seu corpo produza anticorpos, pois esse processo é muito lento em relação à capacidade de proliferação do microrganismo invasor ou ao alto poder tóxico da peçonha.


Depois de entrar em contato com o antígeno do microrganismo, o linfócito T auxiliar
estimula a multiplicação de outros tipos de linfócitos que combaterão o microrganismo.

Assim, deve-se inocular no indivíduo um líquido obtido do sangue de um animal previamente colocado em contato com o agente infeccioso – o soro ou soro imune, com certa quantidade de anticorpos, que começam a neutralizar imediatamente os antígenos. Depois, o indivíduo passa a produzir seus próprios anticorpos, impedindo a progressão da infecção ou da intoxicação.

A preparação do soro pode ser feita em cavalos, coelhos ou cabras. Esses animais recebem quantidades não mortais de antígenos, em doses progressivamente maiores, e produzem grande quantidade de anticorpos. O soro é, então, retirado do sangue do animal e armazenado para uso em indivíduos atingidos por infecção ou pecadas de animai peçonhentos.
Na produção do soro antiofídico (contra picadas de serpentes), por exemplo, as hemácias são devolvidas ao cavalo, reduzindo, assim, os efeitos colaterais da perda de sangue.

O soro, portanto, tem efeito curativo e é uma imunização passiva, uma vez que o organismo recebe os anticorpos já prontos.


Uma imunização passiva ocorre naturalmente durante a gravidez, quando o feto recebe anticorpos através da placenta, e durante a amamentação, quando os anticorpos são fornecidos tento pelo colostro (líquido produzido nos três primeiros dias depois do parto) como pelo leite materno. É por isso que os bebês alimentados com leite materno têm mais resistência contra infecções, mesmo  contra as gastrointestinais, uma das causas da alta mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos.






Preparação do soro imune:



Fonte: Biologia Hoje ´Linhares,S, Gewandsznajder,F - Ed. Ática

Atividade Curricular - Alunos de Ciências, Biologia e Química

Leia com atenção o post acima, assista aos vídeos e responda as questões abaixo e entregue ao seu professor na sala 7.

1) O que você entende por vacina?
2) Por que, algumas vezes, é necessário tomar o  reforço de uma vacina?
3) Quando um indivíduo for picado por uma cobra peçonhenta aplica-se o soro ou a vacina? Por quê?
4) Por que o cavalo não morre ao ser injetado com veneno de cobra? Ele é prejudicado neste processo?
5) Como é feita a imunização passiva pela mãe ao seu bebê?
6) Por que a amamentação é tão importante para o bebê?

Experimento de Stanley Miller

Sopa primordial

Para alcançar a receita da sopa primitiva ou pré-biótico, deve-se usar uma grande variedade de elementos químicos como o carbono (C), hidrogênio (H2), potássio (K), amônia (NH3), nitrogênio (N2), magnésio (Mg) e de água de curso (H2 O).

Estes elementos parecem essenciais para a formação da sopa primordial que deu origem à vida orgânica na Terra.

Os elementos químicos são facilmente manipuláveis, eles “gostam“ de reunir-se e experimentar todos os tipos de combinações químicas. Quando as condições de temperatura e pressão são favoráveis, como na Terra há 4,4 bilhões anos, esses elementos organizaram-se sem qualquer ajuda ou qualquer intervenção externa, eles organizaram-se simplesmente por afinidade eletromagnética (ligação química entre átomos).

Na atmosfera primordial da Terra, um conjunto mágico baseado na dupla água-carbono provou ser a maneira mais fácil para formar as moléculas orgânicas e, mais tarde, muito mais tarde a vida. É possível fazer esta receita em um laboratório, muitas equipes de pesquisadores têm demonstrado.

Stanley Miller
Em 1953, um biólogo americano Stanley Miller (1930-2007), realizou na Universidade de Chicago, o famoso experimento, chamado a experiência de Miller e Urey. Esta experiência consiste de recriar em laboratório, in vitro, as condições da sopa primordial. Para realizar esta experiência só deve ter elementos químicos, água e relâmpagos elétricos.
Deixando repousar esta mistura por vários dias, alguns aminoácidos primitivos precipitaram no fundo da bola.

Os aminoácidos são os elementos mais importantes na construção da vida, como a conhecemos. Estes são os constituintes elementares das proteínas que levarão à formação de longas cadeias macromoleculares, e os primeiros tijolos da vida.


Harold Urey
Harold Urey estava convencido que na Terra primitiva existia uma atmosfera contendo os elementos químicos necessários para as estruturas dos seres vivos. Em 1953, para verificar a relevância dessa teoria, Stanley Miller imagina uma experiência físico-química. O aparelho instalado e cheio com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio.

Um balão cheio com água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para enriquecer a atmosfera de vapor de água). 

Dois eletrodos são usados para produzir um raio, fornecem a energia ao sistema.

A sopa primordial é, assim, realizada em um ambiente líquido e quente em que a acumulação prolongada (milhões de anos) de moléculas orgânicas inertes moverá do inanimado ao animado. Assim, a matéria orgânica inerte irá produzir um novo material, um que pode crescer e reproduzir-se, ou seja, a matéria viva.



O aparelho instalado e cheio com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio. Um balão cheio com água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para enriquecer a atmosfera de vapor de água). Dois elétrodos são usados para produzir um relâmpago elétrico que fornece energia ao sistema. Após uma semana de funcionamento, vários compostos orgânicos, incluindo aminoácidos precipitaram na parte inferior do frasco.


É claro que a receita de Stanley Miller não deve ser  o que a natureza seguiu para iniciar o processo de vida.

A atmosfera primordial não era o da simulação de Miller, os elementos primordiais não foram os mesmos  e os relâmpagos da Terra primitiva não eram os arcos elétricos . Além disso, as críticas da época, referentes às condições do experimento são bastantes justificadas.

Mas o ponto importante não é na reconstituição da sopa primordial. A experiência de 1953 mostra a facilidade com a qual os elementos reúnem-se entre si por afinidade química ou simplesmente porque eles suportam menor resistência.


Hoje em dia, muitos modelos podem mostrar como as condições de pré-bióticos são criados em laboratório e os cientistas podem produzir moléculas orgânicas (aminoácidos, hidratos de carbono, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos, açúcares, ...).

Nota: a síntese de moléculas orgânicas parece ser um fenômeno muito comum no espaço. No vazio interestelar, os cientistas identificaram cerca de 120 moléculas orgânicas contendo entre 2 a 13 átomos de carbono. Muitos corpos extraterrestres, cometas e meteoritos contêm também uma série de moléculas orgânicas mais ou menos complexas.

Outra hipótese afirma que moléculas orgânicas poderiam ter chegada na Terra através de meteoritos.

Sobre a  teoria de 1920 de Aleksander I. Oparin (1894-1980) e do cientista inglês John Burdon S. Haldane (1892 – 1964) sobre a origem dos primeiros seres vivos, o pesquisador japonês Yoshihiro Furukawa propôs que os impactos de meteoritos nos oceanos primitivos da Terra podem também ter sido os causadores da formação de complexas moléculas orgânicas, que mais tarde originaram a vida.

Diferente da teoria da panspermia cósmica, que sugere que o aparecimento dos primeiros seres vivos na Terra veio dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico, Yoshihiro e sua equipe explicam, no artigo publicado em dezembro de 2008 pela revista científica britânica Nature Geoscienceque os impactos desses corpos sobre os mares primitivos, muito frequentes na época, podem ter gerado alguma das complexas moléculas orgânicas necessárias para a vida.