"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Invenção de estudante brasileiro substitui antibiótico por luz

O emissor de luz criado pelo estudante pernambucano Caio Guimarães é capaz de matar até as bactérias mais resistente

Ao invés de antibióticos que agridem o estômago, luz capaz de tratar infecções. Essa foi a ideia desenvolvida pelo estudante pernambucano Caio Guimarães, que durante um estágio no Wellmem Center, laboratório de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), desenvolveu a tecnologia capaz de tratar infecções, através da irradiação de luz, nos tecidos humanos.


Em uma frequência que mata até mesmo as bactérias mais resistentes, o equipamento é capaz de eliminar a infecção em cerca de uma hora. Bem mais eficiente que os antibióticos que existem no mercado farmacêutico, o mecanismo já foi testado em uma pesquisa patrocinada pelo exército norte-americano para eliminar uma bactéria encontrada em ferimentos de soldados que foram ao Iraque.

Como uma lanterna portátil, o equipamento conta com lâmpadas de led calibradas para irradiar uma frequência exata de luz, que é visível ao olho humano e não tem efeitos colaterais. Uma microagulha guia a luz da fonte para dentro dos tecidos humanos, atingindo até mesmo áreas mais profundas.

Em fevereiro de 2015, o trabalho será apresentado no Photonics West, em São Francisco, Califórnia.

Veja abaixo o vídeo produzido pelo Diário de Pernambuco:



Fonte: http://asboasnovas.com/tecnologia

sábado, 29 de novembro de 2014

Vaca transgênica com cromossomos humanos produz anticorpos contra hantavírus



Os seres humanos têm utilizados de terapias de anticorpos para o tratamento de doenças infecciosas por mais de 100 anos. O plasma sanguíneo de sobreviventes da gripe administradas à pacientes doentes em 1912, pode ter contribuído para a sua recuperação. Nos anos seguintes, as proteínas do sistema imunológico de sobreviventes foram administradas a indivíduos em uma tentativa de combater doenças como a febre de Lassa, SARS, e até mesmo Ebola.

É difícil, porém, encontrar sobreviventes que podem doar plasma contendo essas proteínas imunológicas que salvam vidas. Agora uma equipe liderada por pesquisadores do Instituto US Army Medical ResearchoinfectousDiseases (USAMIID), em Frederick, Maryland, tem usado geneticamente vacas para produzir grandes quantidades de anticorpos humanos contra hantavírus, uma doença frequentemente mortal transmitida às pessoas, principalmente por roedores.

Em modelos animais, pelo menos, estes anticorpos fornecem robusta proteção contra o vírus, abrindo a porta de terapias e prevenção do hantavírus, para o qual não existe cura. A técnica de bioprodução também é uma promessa para o produção de anticorpos contra outros agentes infeciosos.

Os pesquisadores do USAMRIID, liderado pelo virologista Jay Hooper, uniram-se com SAB Biotherapeutics em Sioux Falls, Dakota do Sul, para usar vacas geneticamente modificadas que, quando apresentados a um antígeno, poderiam produzir anticorpos policlonais totalmente humanos contra vários tipos de hantavírus. Por exemplo, hantavírus da estirpe Andes, que é predominante no Chile infecta uma média de 55 pessoas por ano e mata cerca de um terço delas. Depois de um longo período de incubação e alguns dias de febre e dores musculares, o vírus ataca os pulmões e muitas vezes provoca insuficiência respiratória aguda, levando à morte. Não existe cura, e as vacinas experimentais seria logisticamente difícil de utilizar, mesmo que elas passassem nos ensaios clínicos.

Criação de anticorpos humanos em um modelo animal não é coisa fácil. Cientistas combinaram partes do cromossomo humano 14 e cromossomo humano 2 - com genes que são necessários para a produção de anticorpos - em um cromossomo artificial e implantaram em vacas. Os genes responsáveis pela produção de anticorpos da vaca foram desativados. Como resultado, os bovinos passaram a produzir célula imunes que produziam anticorpos humanos.


Partículas de hantavírus na membra celular observada através de um microscópio eletrõnico

Os cientistas, então, administraram vacinas de DNA hantavírus experimentais, contra duas estirpes de vírus, em vacas transgênicas. Dentro de um mês, os animais produziram litros de anticorpos humanos de alta concentração contra ambas as estirpes. Os cientista extraíram, então,  as proteínas do sistema imunológico e as usou para tratar hamsters que tinham sido infectados com hantavírus letais. O tratamento aumentou muito as chances de sobrevivência dos hamsters, poupando sete de oito infectados com a cepa hantavírus chileno, enquanto todos os oitos controles morreram. Cinco dos oitos hamsters infectados com a cepa SinNombre sobreviveram.

Os modelos animais nem sempre funcionam em seres humanos, mas, a equipe de pesquisa é otimista. Anticorpos não-humanos a partir de, por exemplo, aves e primatas foram administrados com segurança em pessoas, no passado.  Os anticorpos do tipo humanos são esperados para provar  a segurança na faze 1 de ensaios clínicos diz o fisiologista reprodutivo Eddie Sullivan da SAB Biotherapeutics, que liderou o projeto para desenvolver as vacas transgênicas. Ele também não suspeita que os anticorpos deixaria de funcionar em seres humanos. De qualquer forma, eles podem trabalhar melhor, porque vão ser capazes de se comunicar com as células imunológicas humanas com mais facilidade, diz ele. "Esperamos que os anticorpos, provavelmente, serão muito bem tolerados pelos humanos e vão responder da mesma forma", diz Sullivan. 

É claro que nada é certo. Em casos muito raros, algumas terapias de anticorpos anteriores têm realmente ajudado os vírus a se reproduzirem em células, servindo como uma ponte para as células hospedeiras. "A fim de realmente terminar estes conceitos, estudos clínicos em humanos mostram a necessidade de serem realizados com segurança", diz HOOPER. "Se este material acaba por ser tão fácil de produzir o que parece, e é seguro, eu acho que é uma ótima maneira para seguir em frente."

Os cientistas também estão investigando a maneira de eliminar o intermediário bovino e simplesmente dar suas vacinas diretamente às pessoas. Mas, terapias de anticorpos são realmente mais práticas em alguns aspectos. Em doenças como a hantavirose, onde poucas pessoas são infectadas a cada ano, um programa de vacinação em larga escala pode não ter sentido, especialmente do ponto de vista econômico, diz Hooper. Tendo algumas doses de anticorpos na mão para tratar as poucas pessoas infectadas poderia resolver o problema sem a necessidade de vacinar enormes faixas da população. Além disso, observa Sullivan, uma única vaca pode produzir anticorpos contra várias cepas de vírus em grande quantidade, até 1000 doses humanas por mês.

O enorme desafio para qualquer tratamento potencial para hantavírus é encontrar uma maneira de diagnosticar a doença, à tempo. É difícil reconhecer a infecção antes de que ela se mova para os pulmões, o que muitas vezes, é tarde demais. Ter uma forma disponível de anticorpos de hantavírus na mão poderia permitir que os profissionais de saúde administrassem o tratamento para pessoas que entram em contato com a doença, diz Mertz.

Mais uma vez, os benefícios potenciais ainda depende de estudos clínicos que mostrem segurança e eficácia; a equipe está otimista. Eles poderiam começar já no próximo ano com hantavírus, e talves ainda mais cedo para outras doenças. "Nós estamos trabalhando com Ebola e também MERS-Cov (vírus causador da Síndrome Respiratória)," diz Sullivan.

Fonte: http://news.sciencemag.org


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A sonda Philae pousou no cometa

Philae pousou no cometa 67PChuryumov-Gerasimenko na tarde de ontem depois de 10 anos viajando pelo espaço.

No dia seguinte ao pouso começou a divulgação das primeiras imagens feitas pelo módulo Philae diretamente da superfície do cometa a 510 milhões de quilômetros da Terra, na região do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.


 Essa imagem acima representa duas fotos tiradas pelo instrumento CIVA, responsável por registrar os arredores da sonda. Outras imagens revelam que o Philae pousou ao lado da parede de um penhasco. Parece que ele não está paralelo com o chão e uma das pernas do trem de pouso está suspensa no “ar”.

O módulo não teve uma aterrizagem tranqüila, ele quicou duas vezes na superfície do cometa e, segundo dados do instrumento ROMAP, que avalia o campo magnético, o primeiro toque aconteceu com uma velocidade de 1 m/s. Ele pulou de volta para cima a 38cm/s e flutuou por cerca de 1 km, até voltar a tocar no solo. Sofreu novo impulso com velocidade de 3 cm/s, e voltou a pousar, desta vez para ficar. O primeiro salto levou quase duas horas e o segundo seis minutos. A pequena gravidade do cometa fez com que esses saltos não causassem prejuízo à sonda.

Imagem da Rosetta mostrando o pequeno Philae descendo rumo ao planeta

Um dos objetivos da equipe da ESA  era flagrar o Philae intacto na superfície, através da câmera OSIRIS, instalada a bordo da espaçonave Rossetta, mas no momento não estavam conseguindo. Os cientistas estavam preocupados com a duração da bateria e com a obtenção de luminosidade solar suficiente nas células solares. A preocupação era justificável pois, com base na telemetria o Philae estava recebendo apenas 1h30min de exposição solar por rotação o que era muito pouco se comparando à expectativa inicial, que era de 6h a 7h.

Imagem do primeiro local de pouso, fotografado pelo Philae a 40 metros de altura
Por enquanto, os instrumentos que exigem esforço mecânico e, portanto mais energia, não foram ativados. Sem perfurações no solo, por enquanto.

O tão propalado “som” do cometa são oscilações magnéticas provavelmente causadas pela interação de partículas do cometa com raios de alta energia vindos do espaço. Na verdade esse “som” não se trata de ondas sonoras, mas magnetismo convertido em áudio com freqüência que o ouvido humano pode perceber. Lembramos que o som não se propaga no vácuo.Ouça aqui.

Philae descendo em direção ao cometa, imagem gerada de Rosetta

Cometas, assim como os asteroides, são restos que sobraram da formação dos planetas e luas. Esses pequenos corpos orbitam o Sol, juntamente com todos os outros corpos do sistema solar. Os cometas estão localizados no Cinturão de Kuiper e na Nuvem de Oort, as regiões ultraperiféricas do nosso sistema. A maioria dos asteroides está localizada em um cinturão entre Marte e Júpiter. Ocasionalmente perturbações gravitacionais causam nos cometas e nos asteroides perturbações que mudam seu caminho orbital, às vezes levando-os perto de um planeta. Um objeto próximo à Terra (NEO) é um que está à 50 milhões de quilômetros do planeta.

O Philae, conjuntamente com Rosetta, deverá ampliar o conhecimento sobre cometas. Seus resultados poderão nos dar pistas para entendermos a formação do nosso Sistema Solar, como o surgimento de planetas com água e quem sabe até a origem da vida. Esta espetacular e emocionante aventura esta apenas começando.....

Fonte: www.esa.int

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Espaçonave Rosetta, da ESA, está chegando a seu destino

A espaçonave Rosetta lançada pela Agência Espacial Européia, ESA, em 2004, se aproxima do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, quando no dia 12 de novembro lançará a sonda Philae que deve pousar, suavemente,  no cometa.

Rosetta e Philae

Pouso suave é diferente de missões de impacto, como a Deep Impact que espatifou no núcleo do cometa 9P/Tempell.

Agora, além da manobra de inserção orbital, outras manobras precisam ser efetuadas de modo a propiciar um pouso controlado. Para efetuar a entrada em um planeta com atmosfera, como Marte, a velocidade e o ângulo de entrada devem ser muito específicos, com pouca margem de erro. Com a velocidade incorreta e com ângulo errado, uma nave pode entrar muito inclinada e não conseguir frear para o pouso, ou se entrar rápido demais, simplesmente ela poderá ricochetear na alta atmosfera e ser lançada ao espaço. 

O núcleo do cometa e o local onde a sonda deverá pousar.

Para se ter uma ideia, pouso suaves só foram efetuados em 6 corpos do Sistema Solar: 2 planetas (Vênus e Marte), 2 luas (nossa Lua e Titã no sistema de Saturno) e 2 asteroides (433 Eros e Itokawa). Não foi à toa que nas manobras finais de pouso do Jipe Curiosity em Marte foram chamadas de "7 minutos de terror".

O pouso em um cometa é muito complicado. O cometa viaja a uma velocidade muito grande, tem movimento de rotação, expele jatos de gás e tem uma superfície cheia de rochas,rachaduras, escarpas e possivelmente alguns metros de poeira fina acumulada.

Para pousar em Marte ou na Lua, por exemplo, missões anteriores esquadrinharam a superfície durante anos ou décadas para achar um local seguro de pouso e a sonda Rosetta está há apenas um mês fazendo isso.

Ao chegar a uma distância de 22 km do núcleo, a Rosetta deve liberar o módulo de pouso Philae que vai executar a aproximação final de maneira autônoma, ou seja, sem intervenção do controle da missão. O cometa está tão longe da Terra que tal informação enviada pela sonda demora quase meia hora para chegar ao controle na Terra, fica impossível, portanto, fazer qualquer coisa "ao vivo".

As manobras para o pouso devem durar 7 horas, que podem terminar abruptamente por causa de eventos inesperados, como um jato de gás ou mesmo a explosão de um bolsão de gelo do núcleo do cometa.

Se tudo correr bem, a Philae vai pousar na superfície com uma velocidade equivalente ao caminhar de uma pessoa e imediatamente 3 arpões vão fixar a sonda de 100 kg na superfície.

Câmeras de alta resolução devem fornecer panorâmicas fantásticas do ponto de pouso e 10 outros equipamentos de pesquisa devem fornecer dados sobre a estrutura interna do cometa.

A sequência de eventos prevista será a seguinte (horário de verão): 

11/11 - 17:00h. Início da transmissão(de 24h) pela internet no endereço: http://new.livestream.com/ESA/cometlanding

11/11 - 17:35h. Hora de decidir nº1: vai ou não vai? Se a missão receber luz verde, a sequência de pouso será transmitida para a Philae,

11/11 - 22:00h.Hora de decidir nº 2: vai ou não vai? Se a missão receber luz verde, a Philae será colocada de prontidão para a separação.

11/11 - 23:35h. Hora de decidir nº 3: vai ou não vai? Se houver luz verde, a Rosetta inicia as manobras de entrega da Philae.

12/11 - 5:03h. Alinhamento da Rosetta com o núcleo do cometa para a separação da Philae.

12/11 - 5:35h. Hora de decidir nº 4: vai ou não vai? Se houver luz verde os procedimentos para o pouso serão iniciados.

12/11 - 7:03h. Separação da Philae a 22,5 km do núcleo. Começa a fase de descida e pouso.

12/11 - 7:43h. A Rosetta executa uma manobra de afastamento.

12/11 - 8:00h. O controle da missão recebe a imagem de "despedida da Philae após se soltar de Rosetta.

12/11 - 9:03h. A sonda Rosetta aponta para a Philae para poder receber seus dados.

12/11 - 14:03h. Pouso da Philae.

12/11 - 15:00h. Divulgação das primeiras imagens.

12/11 - 15:03h. Início das primeiras operações de ciências.

15/11 - 7:03h. Término das primeiras operações de ciências.

É claro que esses horários podem sofrer alguma alteração de última hora.

Esperamos que tudo ocorra como previsto pelos cientista da ESA. Estamos torcendo!!

Veja o vídeo:



O vídeo abaixo, apesar de falado em inglês, nos dá, mesmo assim, uma ideia de como será a missão Rosetta/Philae.



Fontes: www.esa.int
           www.g1.globo.com/ciencia

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O cometa Sinding Spring e o planeta Marte


A extensa frota de espaçonaves da NASA, que orbitam ou passeiam em solo de Marte, está à postos para estudar o sobrevoo do planeta pelo cometa Sinding Spring ( C/ 2013 A1), em 19 de outubro próximo.

O cometa vai passar a cerca de 139.500 km do planeta vermelho - menos do que a metade da distância entre a Terra e a Lua e menos de um décimo da distância que jamais algum cometa passou pela Terra.

O núcleo do cometa passará mais próximo  de Marte as 3:27h  (horário de Brasília), com uma velocidade de 56 km/s. Esta aproximação será uma oportunidade sem precedentes para os pesquisadores coletarem dados do cometa e dos efeitos sobre a atmosfera marciana.

"Este é um presente que a ciência cósmica poderia dar, e diversas missões científicas da NASA estarão em plena ação", disse John Grunsfeld, administrador da Missão Científica da NASA, em Washington. " Este cometa nunca entrou no interior do sistema solar, por isso vai proporcionar novas pistas sobre os primórdios do nosso sistema solar".

O cometa Sinding Spring veio da Nuvem de Oort, uma região do espaço em volta do Sol a uma distância de 5.000 a 100.000 unidades astronômicas ( 1 UE é +/- 150.000.000 km). É um enxame gigante de objetos congelados que se acredita serem materiais que sobraram da formação do nosso sistema solar.

Este cometa será o primeiro oriundo da Nuvem de Oort a ser estudado de perto por naves espaciais, fornecendo aos cientistas uma oportunidade única para saber mais sobre os materiais, incluindo compostos de água e carbono, que existiram durante a formação do nosso sistema solar há 4,6 bilhões de anos.

Algumas das melhores e mais reveladoras imagens e dados científicos virão das naves que estão em órbita ou no solo marciano. Em preparação do encontro com o cometa a Nasa manobrou as espaçonaves Mrs Odyssey Orbiter, MArs Reconnaissance Orbiter (MRO) e o mais novo membro da frota marciana, a Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN), a fim de reduzir o risco de impacto com as velozes partículas de poeira que saem do cometa.

Imagem do cometa capturada pelo Telescópio Hubble, em 27/03/2014.
Imagem: Nasa , Esa e J.Y

O período de maior risco para as espaçonaves em órbitas será  cerca de 90 minutos após a passagem do núcleo do cometa e vai durar cerca de 20 minutos, quando Marte estará mais próximo do centro do rastro de detritos e poeiras que saem do núcleo do cometa.

"O perigo não é o impacto do próprio núcleo do cometa, mas o rastro de detritos que vem dele. Usando as restritas observações em Terra, os resultados esperados indicam que o perigo não é tão grande quanto o previsto. Marte vai estar perto da borda da nuvem de detritos para que ele possa encontrar algumas partículas, e talvez não encontre", disse Rich Zurek, cientista chefe do Programa de Exploração de Marte no JPL, Pasadena, California.

A atmosfera de Marte, embora muito mais fina que a da Terra, irá proteger os jipes Opportunity e o Curiosity da poeira do cometa, se por acaso atingir o planeta. Ambos os jipes estão programados para fazer observações do cometa.

Sonda marcianas irão reunir informações antes, durante e após o voo rasante: sobre o tamanho, rotação e atividade do núcleo do cometa, sobre a composição do gás do coma ao redor do núcleo e, ainda, o tamanho e distribuição das partículas de poeira na cauda do cometa.

Concepção artística do cometa e Marte. NASA 

Observações na atmosfera marciana serão feitas para verificarem: possíveis fugas de meteoros; as mudanças na distribuição das partículas neutras e carregadas; e os efeitos do cometa na temperatura do ar e das nuvens.

Telescópios terrestres e espaciais, incluindo o Telescópio Espacial Hubble da NASA estarão em posição para observar o cometa.

Concepção artística mostrando as sondas da NASA em Marte. Imagem: NASA/JPL- Caltech

Imagens e atualizações serão publicadas on line antes e depois do encontro com o cometa. Várias imagens do pré-voo rasante do Siding Spring, bem como informações sobre o cometa e observações planejadas pela NASA, estarão disponíveis on line em: http://mars.nasa.gov/comets/sindings.

Fonte: www.nasa.gov

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estudando a atmosfera de Marte

Em novembro do ano passado, a NASA lançou a missão chamada MAVEM (Mars Atmosphere and Volatili Evolution) para descobrir como e por que o Planeta Vermelho tem perdido sua atmosfera ao longo de bilhões de anos

Depois de viajar por dez meses a sonda entrou com sucesso em órbita de Marte no último domingo, dia 21 de setembro, onde agora vai se preparar para estudar a tênue atmosfera superior do planta vermelho.

Como primeiro satélite dedicado a estudar a atmosfera superior de Marte, MARVEN vai melhorar muito a nossa compreensão da história da atmosférica marciana, como o clima mudou ao longo do tempo, e como isso influenciou a evolução da superfície e as condições de habitabilidade potencial do planeta” disse o administrador da NASA Charles Bolden. “Ele também irá nos informar melhor para futura missão de enviar seres humanos ao planeta em 2030” – disse.

Depois de uma viagem de 10 meses, a confirmação da entrada em órbita com sucesso foi recebida com dados observados no Centro de Operações da Lockheed Martin, em Litteto, Colorado, bem como pelo acompanhamento de dados monitorados no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), em Pasadena, Califórnia.  Os dados de telemetria e rastreamento foram recebidos pela antena da estação DEEP Space NetWork da NASA, em Camberra, Austrália.


Vamos esperar, agora, o funcionamento da MARVEN para sabermos mais sobre a atmosfera de Marte.





Fonte: www.nasa.gov

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Comemore o dia Mundial do Ozônio

Assim como os seres humanos precisam do protetor solar, a Terra precisa também.

O protetor solar da Terra é chamado de ozônio. O ozônio que nos protege e, toda a vida na Terra, da radiação ultravioleta prejudicial do sol, está na alta atmosfera, na estratosfera.

Mas há também ozônio mais perto da Terra, na troposfera, que é prejudicial para a saúde das pessoas, plantas e animais.
 
Quilômetros acima da superfície da Terra uma fina camada do gás ozônio atua como um
escudo que nos protege dos raios ultravioletas prejudiciais. Crédito de imagem:NASA.


Décadas atrás os cientistas descobriram que a camada de ozônio do “bem” estava diminuindo. Ele foi se esgotando devido a ação do clorofluorcarbonos (CFCs) que eram utilizados como gás refrigerantes em geladeiras, ar condicionado e nos aerossóis. Mas a comunidade internacional reuniu-se com um acordo para reduzir substancialmente o uso dos CFCs.

A Assembléia da ONU proclamou o dia 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, comemorando a data da assinatura do Protocolo de Montreal sobre Substâncias quer Destroem a Camada de Ozônio. O tema para celebração deste ano é “Prevenção da Camada de Ozônio: A Missão continua”

O protocolo de Montreal até agora tem sido bem sucedido no cumprimento de algumas de suas metas, como resultado, a abundância de substâncias que empobrecem a camada de ozônio na atmosfera está em declínio  e a camada de ozônio deve se recuperar em meados deste século, em torno de 2070.

No vídeo abaixo: concentração mínima de ozônio no Hemisfério Sul de 1979 a 2013. Cada imagem é do dia do ano com menos concentração de ozônio. O gráfico demonstra a mais baixa concentração de cada ano.(Credito de imagem: NASA)


Portanto, o buraco de ozônio estará conosco por um bom tempo, mas a próxima década será cada vez melhor.


Todo mundo deve se proteger do aumento da exposição solar devido ao buraco de ozônio. Mesmo recebendo um bronzeamento leve é evidente os danos à pele pela queimadura e pelos raios ultravioletas, podendo ocasionar câncer de pele, como os melanomas. Além disso, usando óculos escuros estamos protegendo os olhos de desenvolver cataratas.

Um pouco mais sobre o ozônio e radiação ultravioleta:

O ozônio é uma molécula gasosa formada por três átomos de oxigênio (O3). Nas partes mais altas da atmosfera, numa altitude entre 25 e 30 km, encontramos os níveis mais elevados de concentração desse gás, numa camada denominada ozonosfera ou camada de ozônio. Esse ozônio filtra os raios ultravioletas provenientes do sol, protegendo o desenvolvimento da vida na Terra. Sem esse filtro, o fitoplâncton, que é a base da alimentação da fauna aquática, teia produtividade diminuída, resultando em grande desequilíbrio pata a cdeia alimentar do planeta.

Essa camada de ozônio também é responsável pela proteção de grande parte dos cultivos, pois sem ela haveria redução da fotossíntese, do crescimento das plantas e, consequentemente das colheitas. Além disso, sem essa proteção estaríamos mais suscetíveis ao enfraquecimento do sistema imunológico, enfrentando problemas de visão e câncer de pele. Por isso, o ozônio, lá no alto, é chamado de ozônio "bom".

O ozônio, no nível do solo, onde respiramos, é um poluente secundário, formado a partir de poluentes primários, como os óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e os compostos orgânicos voláteis, provenientes de instalações industriais e, principalmente, dos escapamentos dos veículos automotores.

A radiação ultravioleta é dividida em três partes, de acordo com o seu comprimento de onda.

Radiação UVA: se estende desde 320 a 400 nanômetros (nm).
Radiação UVB: vai de comprimento de onda de 280 a 320 nanômetros.
Radiação UVC: de 280 a comprimentos de onda menores.

Destas três radiações ultravioletas apenas a UVB oferece riscos à saúde humana. A radiação UVA não é absorvida pela atmosfera sendo impostante a sua medição, já a radiação UVC é totalmente absorvida pela atmosfera terrestre e por isso não participa das medidas feitas na superfície da Terra (ver a primeira figura).

A radiação UVB é a mais estudada de todas, ela é absorvida na estratosfera pelo ozônio, mas uma pequena quantidade que atinge a Terra preocupa, pois o excesso  dessa radiação causa problemas de saúde aos seres vivos.

A medida da radiação UVB é importante porque permite o estudo da camada de ozônio e também de sua destruição. Essa medida permite divulgar o chamado "índice de UVB" e definir de forma quantitativa se o sol está "forte" ou "fraco". Esse índice possui escala de 0 a 16, um exemplo: na cidade de São Paulo no inverno, o índice é de 5, e no verão é de 12.

Fonte: www.nasa.gov

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A sonda espacial Rosetta chega a seu destino

Depois de dez anos de uma longa jornada, Rosetta atinge seu alvo, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, tornando-se a primeira nave espacial a ir de encontro a um cometa, abrindo um novo capítulo na exploração do Sistema Solar.
Núcleo do cometa

A imagem abaixo, focaliza uma região lisa no corpo do cometa e foi tirada pela câmera OSIRIS de ângulo estreito e transmitida no dia 06 de agosto de 2014. A imagem mostra, claramente, uma série de características, incluindo pedras, crateras e penhascos íngremes. Ela foi feita de uma distância de 130 km




O cometa e Rosett encontram-se agora a 405 milhões de quilômetros da Terra, cerca da metade do caminho entre as órbitas de Júpiter e Marte, correndo em direção ao interior do sistema solar, com velocidade de 55.000 km/h. O cometa está em órbita elíptica de 6,5 anos que o leva além de Júpiter, em seu ponto mais distante e entre as órbitas de Marte e da Terra no seu ponto mais próximo do Sol. Rosetta irá acompanhá-lo durante mais de um ano, girando em torno do Sol e depois voltando para Júpiter novamente.


Cometas são considerados blocos de construção primitivos do sistema solar e pode ter ajudado a "semente" da Terra com água, talvez até mesmo os ingredientes para a vida. Mas, muitas questões fundamentais sobre esses objetos enigmáticos permanecem obscuras e Roseta tem como objetivo tentar desvendar esses segredos.

A viagem para o cometa não foi simples, no entanto, desde o seu lançamento em 2004, Rosetta teve de fazer três sobrevoos da Terra e um de Marte, para ajudá-la a acelerar, aproveitando a força gravitacional destes planetas e ir de encontro ao cometa.

"Depois de dez anos, cinco meses e quatro dias viajando em direção ao nosso destino, girando em torno do Sol cinco vezes e deslocando 6,4 bilhões de quilômetros, estamos muito satisfeitos em anunciar finalmente "estamos aqui"", diz Jean-Jacques Dordain, Diretor Geral da ESA.

A sonda espacial Rosetta deverá lançar um módulo de aterrissagem, o Philae , sobre o cometa em novembro próximo. O plano é de que o satélite siga o cometa conforme este se aproxime do Sol, rumo ao seu periélio, monitorando as mudanças que ocorrem no corpo celeste através das informações enviadas pelo Philae, desde a superfície do cometa.

Se der certo, a missão permitirá que os cientistas tenham um olhar sem precedentes sobre um dos objetos mais antigos do sistema solar. Acredita-se que o corpo celeste seja um remanescente original da época do surgimento do nosso sistema, há cerca de 4,6 bilhões de anos, e possa dar pistas sobre a aparição de água e da vida na Terra.





Fonte: www.esa.int


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Copa do Mundo - rivalidade na Estação Espacial

Em 26 de junho o astronauta alemão Alexander Gerst, engenheiro de voo da missão 40, raspa a cabeça do também, engenheiro de voo da NASA Reid Wiseman. Gerst usa uma máquina de cortar cabelo moldada com um dispositivo de vácuo para receber o cabelo recém cortado. Uma aposta relacionada com o futebol da Copa do Mundo entre os membros da tripulação que representam os EUA, e Gerst, um cidadão alemão que representa a Agência Espacial Européia, fez com que  os americanos, perdedores, tivessem a cabeça raspada, após a partida em que a equipe alemã venceu os americanos por 1x0.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Amigável rivalidade no espaço

Os astronautas americanos Reid Wisemam e Steve Swanson, da NASA e o alemão Alexander Gerst, da Agência Espacial Européia, vão torcer na Copa de 2014 para os seus respectivos países no jogo a ser realizado hoje na Arena Pernambuco. As comemorações dos gols serão diferentes e tão edificantes como as da Terra?

Os astronautas têm treinados por anos para trabalhar em equipe e estão a mais de 418 km acima da Terra a bordo da Estação Espacial Internacional.

A Arena Pernambuco, em Recife foi construído em 2013 
e capacidade para 46.154 espectadores. 
Esta imagem foi tomada do espaço pelo satélite Pléiades.
Crédito de imagem: 
ESA
Wiseman brincou com seus colegas em órbita, que o forte espírito de equipe dos EUA a bordo da estação espacial é um sinal que os EUA será, também,  mais forte no campo. "Eu acredito que vamos ganhar. São dois contra um aqui em cima, então eu acho que as chances dos Estados Unidos são muito boas", disse Wiseman durante uma entrevista em voo com a ESPN em 24 de junho.

Wiseman diz que a equipe já está verificando a sua agenda lotada para esta quinta-feira para ver como eles poderão assistir ao jogo.

Eles fizeram uma aposta: Se os EUA vencerem os americanos vão desenhar uma pequena bandeira americana na cabeça do alemão, mas se a Alemanha ganhar, os dois americanos deverão raspar a cabeça. "Vai ser divertido", disse Gerst.

Wiseman e Gerst chegaram à estação espacial dia 28 de maio, como parte da Expedição 40/41 e estão programados para passarem  os próximos meses vivendo e trabalhando nos espaço até que eles voltem à Terra, em novembro. Swansom chegou antes, em 25 de março, junto com a Expedição 39/40 e deve voltar em setembro.

A NASA tem mais conexões com a Copa do Mundo, para mais informações visite http://nasa.gov/worldcup.



Fonte: www.nasa.gov

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A hipótese Gaia

A hipótese Gaia foi elaborada pelo cientista inglês James Lovelock no ano de 1979, e fortalecida pelos estudos da bióloga norte-americana Lynn Margulis. Essa hipótese foi batizada com o nome de Gaia porque, na mitologia grega, Gaia era a deusa da Terra e mãe de todos os seres vivos.

Segundo a hipótese, o planeta Terra é um imenso organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento, regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida

A hipótese Gaia sugere também que os seres vivos são capazes de modificar o ambiente em que vivem, tornando-o mais adequado para sua sobrevivência. Dessa forma, a Terra seria um planeta cuja vida controlaria a manutenção da própria vida através de mecanismo de auto regulação e de interações diversas.

Um dos argumentos utilizados pelos defensores dessa hipótese é o fato de que a composição da atmosfera hoje parece depender dos seres vivo. Sem a presença dos seres fotossintetizantes o teor de gás carbônico na atmosfera seria altíssimo, enquanto que nitrogênio e oxigênio teriam concentrações muito baixas. Com a presenças dos seres fotossintetizantes, a taxa de gás carbônico diminuiu, aumentando consideravelmente os níveis de nitrogênio e oxigênio disponível na atmosfera. Essa redução de gás carbônico favorece o resfriamento do planeta, já que esse gás é o principal responsável pelo efeito estufa, influenciando muito na temperatura do planeta. Segundo esse argumento, a própria vida interferiu na composição da atmosfera, tornando-a mais adequada à sobrevivência dos organismos.

Embora muitos cientistas concordem com essa hipótese, outros não a aceitam, discordando da ideia de que a Terra seja um "superorganismo". Um dos argumentos utilizados por esses cientista é que os fatores biológicos moldam o planeta, mas também fatores geológicos, como erupções vulcânicas, glaciações, cometas se chocando contra a Terra, que modificaram e ainda modificam profundamente o aspecto do planeta.

Discordando ou não, a hipótese Gaia nos chama a atenção para as relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente, e principalmente para as relações entre nossa espécie e os demais seres vivos. Dessa forma, utilizemos essa hipótese para refletir sobre os impactos que as nossas atividades estão causando no planeta Terra, pois, por enquanto, não existe outro local para vivermos.

Veja o vídeo abaixo:



terça-feira, 3 de junho de 2014

Vírus gigante na Amazônia

Saiu no "Virology Journal" - um grupo de cientistas descobriu um vírus gigante na Amazônia, denominado de Samba (SMBV). Trata-se do maior vírus isolado no país, possuindo um dos maiores genomas de sua família, os mimivirus.

Samba
A descoberta do  vírus, que habita as amebas, ocorreu a partir de uma expedição conduzida em 2011 que tinha o objetivo específico de buscar vírus gigantes. Foram coletadas 35 amostras de água do Rio Negro ao longo de 65 km a partir de Manaus.

Segundo o cientista Jônatas Abrahão, esse trabalho de pesquisa procurou provar que os vírus gigantes, ou mimivírus, estão em todos os ambientes. "Onde há matéria orgânica, como lagoas, há amebas. E amebas podem conter vírus gigantes", diz o pesquisador, em nota divulgada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O primeiro vírus gigante já descoberto - o Acanthamoeba polyphaga mimivírus (APMV) - foi encontrado pela primeira vez em 1992, mas foi um estudo publicado em 2003 que o caracterizou como vírus gigante.

Esse vírus gigante desperta interesse principalmente pela complexidade de seu genoma. No caso do vírus Samba, seu genoma apresenta 50 mil pares de bases nitrogenadas a mais que o APMV, que possui no total 1,2 milhões de bases.


A família do mimivírus também é investigada por seu possível papel em infecções respiratórias em unidades de internação hospitalar. Eles podem estar envolvidos, por exemplo, nos casos de pneumonia com causa desconhecida.

Junto ao Sampa, os cientistas também identificaram um vírus menor, batizado de Rio Negro, que atua como um parasita do vírus gigante.

Segundo Abrahão, a hipótese é que o vírus Rio Negro seja um virófago que tem o papel de controlar a expansão do vírus Samba. "Se houvesse vírus gigantes afetando as amebas, livremente e de forma intensa, estas poderiam se extingui localmente, e os vírus gigantes desapareceriam, por falta de hospedeiro". diz Abrahão.

O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG e da Universidade Aix-Marsille, na França.

Mais sobre o mimivírus

O mimivírus é uma espécie de vírus singular, parasita obrigatório do protozoário Acanthamoeba polyphaga (classe Rhyzopoda ou Sarcodina), por isso seu nome científico é Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV). Mimivírus contém tanto DNA quanto RNA, ao contrário dos vírus "normais".



O seu genoma contém 1.181.404 pares de bases nitrogenadas, maior do que muitas bactérias, contém 911 genes codificadores de proteínas, muito acima do número mínimo de 4 genes necessários para um vírus existir. Análises de seu genoma identificaram genes nunca vistos em outros vírus, como genes responsáveis pelo metabolismo de açúcares, lipídeos e aminoácidos, inclusive genes responsáveis pela produção de sintetizadores de RNAt.

O mimivírus tem a capacidade de produzir proteínas pelos seus próprios meios e a capacidade de reparação do seu próprio genoma, sendo que todas essas propriedade nunca foram vistas em outros vírus. Neles 90% de seus genes são utilizáveis, apenas 10% é arquivo genético, passado genético ou entulho genético, ao contrário da maioria dos organismos.

Veja esta animação do mimivírus:


Fonte:www.virologyj.com/content/11/1/95
         www.g1.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pesquisa de fármacos com formigas

Cientistas brasileiros e americanos vão coletar formigas no país para pesquisar novas moléculas capazes de destruir fungos, parasitas e, talvez, até células cancerígenas. Não nos insetos propriamente ditos, mas nas bactérias que vivem sobre suas carapaças e impedem que suas colônias subterrâneas sejam contaminadas por fungos nocivos a sua sobrevivência.
Saúva carregadeira

O projeto foi aprovado pelo Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. O Projeto está previsto para durar cinco anos, e o valor do financiamento ainda não foi divulgado oficialmente.

Mônica Tallarico Pupo, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto é a pesquisadora principal do lado brasileiro, Jon Clardy, de Harvard, lidera pelo lado americano.

A meta, segundo Mônica, é isolar cerca de 500 linhagens de bactérias simbiontes de formigas por ano, para serem testadas contra fungos infecciosos (que atacam, principalmente, pacientes com sistema imunológico comprometido), parasitas tropicais (em especial, os da doenças de Chagas e leishmaniose) e células tumorais.

“Vamos começar pelas formigas agricultoras”, diz ela, que já desenvolve um projeto semelhante, de menor escala, com formigas saúvas. Agora serão coletadas amostras de várias espécies, de biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.
Saúva "agricultora" cuidando dos fungos

Formiga “agricultoras” refere-se ao fato dessas formigas cultivarem colônias de fungos dentro do formigueiro. Os pedaços de folhas que elas carregam para dentro das colônias não é alimento para elas, mas para os fungos, que por sua vez, são os verdadeiros alimentos das formigas. As formigas “não querem” que suas plantações sejam contaminadas por pragas, neste caso, fungos oportunistas, que não servem de alimentos para elas. E quem evita que elas carreguem esporos desses fungos para dentro dos formigueiros são bactérias que vivem em suas carapaças e destroem rapidamente esses organismos.

A meta dos cientistas é estudar essas bactérias e descobrir as moléculas que elas usam para destruir os fungos e verificar se essas moléculas servem como base para desenvolver novos fármacos.



A vantagem com relação a projetos semelhantes, que buscam moléculas com ação farmacológica na biodiversidade, é que, a “triagem inicial de bactérias já foi feito pelas formigas", aponta Mônica.


Fonte. www.estadao.com.br

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Música do Espaço

O astronauta japonês, Koichi Wakata, atualmente na Estação Espacial Internacional fez conexão musical espaço-Terra com alunos do Texas, para compartilhar e explorar a relação entre artes e exploração espacial.

Ligando os alunos diretamente com os astronautas da estação espacial lhes proporcionaram uma experiência inovadora de exploração espacial, estudos científicos e as possibilidades para futura exploração espacial humana.

Estes eventos de educação em voo são partes de uma série de eventos realizados com organizações educacionais nos Estados Unidos para melhorar o ensino da ciências, tecnologia, engenharia e matemática.Faz parte do programa de educação Rede de Aprendizagem Digital da NASA, que foi projetado para oferecer instrução interativa em apoio a longo prazo como só a NASA pode oferecer.




Fonte: www.nasa.gov

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Projeto: Andar de novo

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis está construindo um exoesqueleto para que pessoas paraplégicas possam se movimentar. Com esta veste robótica, chamada "Brasil Santos Dumont" ele pretende fazer com que um indivíduo paraplégico ande e chute uma bola na abertura da Copo do Mundo, na Arena Corinthians.


O exoesqueleto é uma veste que incorpora os últimos avanços da robótica. Com ele, pessoas paraplégicas  poderão voltar a andar. Os pacientes são responsáveis por controlar a máquina com a atividade cerebral. Mensagens como a vontade de andar, de se mexer ou de parar são captadas pelo robô para que os movimentos  sejam gerados. E, devido à presenças de sensores na planta do pé, o exoesqueleto também devolve ao paciente  sensações do mundo exterior.



"O exoesqueleto tem 1,78m, quase 1,80m. O peso final não está definido, porque faltam alguns testes. Será em torno de 60, 70 quilos. Mas isso é irrelevante porque o paciente não vai sentir, a máquina vai ser responsável pelo equilíbrio do paciente e por controlar o peso do exoesqueleto, enquanto o paciente determina o início dos movimentos, o término e, obviamente, o chute. Os sensores vão ficar na planta do pé e vão entregar esses sinais no braço da pessoa, que vai imaginar as pernas andando, se locomovendo e pisando no chão por meio desse feedback que recebe nos braços", explicou Nicolelis.



O neuro cientista não tem duvida de que tudo sairá como planejado na abertura da copa, com bilhões de pessoas assistindo, ao vivo, a uma das maiores conquistas  da ciência brasileira e internacional.





Fonte:http://www.copa2014.gov.br/