"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A sonda Philae pousou no cometa

Philae pousou no cometa 67PChuryumov-Gerasimenko na tarde de ontem depois de 10 anos viajando pelo espaço.

No dia seguinte ao pouso começou a divulgação das primeiras imagens feitas pelo módulo Philae diretamente da superfície do cometa a 510 milhões de quilômetros da Terra, na região do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.


 Essa imagem acima representa duas fotos tiradas pelo instrumento CIVA, responsável por registrar os arredores da sonda. Outras imagens revelam que o Philae pousou ao lado da parede de um penhasco. Parece que ele não está paralelo com o chão e uma das pernas do trem de pouso está suspensa no “ar”.

O módulo não teve uma aterrizagem tranqüila, ele quicou duas vezes na superfície do cometa e, segundo dados do instrumento ROMAP, que avalia o campo magnético, o primeiro toque aconteceu com uma velocidade de 1 m/s. Ele pulou de volta para cima a 38cm/s e flutuou por cerca de 1 km, até voltar a tocar no solo. Sofreu novo impulso com velocidade de 3 cm/s, e voltou a pousar, desta vez para ficar. O primeiro salto levou quase duas horas e o segundo seis minutos. A pequena gravidade do cometa fez com que esses saltos não causassem prejuízo à sonda.

Imagem da Rosetta mostrando o pequeno Philae descendo rumo ao planeta

Um dos objetivos da equipe da ESA  era flagrar o Philae intacto na superfície, através da câmera OSIRIS, instalada a bordo da espaçonave Rossetta, mas no momento não estavam conseguindo. Os cientistas estavam preocupados com a duração da bateria e com a obtenção de luminosidade solar suficiente nas células solares. A preocupação era justificável pois, com base na telemetria o Philae estava recebendo apenas 1h30min de exposição solar por rotação o que era muito pouco se comparando à expectativa inicial, que era de 6h a 7h.

Imagem do primeiro local de pouso, fotografado pelo Philae a 40 metros de altura
Por enquanto, os instrumentos que exigem esforço mecânico e, portanto mais energia, não foram ativados. Sem perfurações no solo, por enquanto.

O tão propalado “som” do cometa são oscilações magnéticas provavelmente causadas pela interação de partículas do cometa com raios de alta energia vindos do espaço. Na verdade esse “som” não se trata de ondas sonoras, mas magnetismo convertido em áudio com freqüência que o ouvido humano pode perceber. Lembramos que o som não se propaga no vácuo.Ouça aqui.

Philae descendo em direção ao cometa, imagem gerada de Rosetta

Cometas, assim como os asteroides, são restos que sobraram da formação dos planetas e luas. Esses pequenos corpos orbitam o Sol, juntamente com todos os outros corpos do sistema solar. Os cometas estão localizados no Cinturão de Kuiper e na Nuvem de Oort, as regiões ultraperiféricas do nosso sistema. A maioria dos asteroides está localizada em um cinturão entre Marte e Júpiter. Ocasionalmente perturbações gravitacionais causam nos cometas e nos asteroides perturbações que mudam seu caminho orbital, às vezes levando-os perto de um planeta. Um objeto próximo à Terra (NEO) é um que está à 50 milhões de quilômetros do planeta.

O Philae, conjuntamente com Rosetta, deverá ampliar o conhecimento sobre cometas. Seus resultados poderão nos dar pistas para entendermos a formação do nosso Sistema Solar, como o surgimento de planetas com água e quem sabe até a origem da vida. Esta espetacular e emocionante aventura esta apenas começando.....

Fonte: www.esa.int

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