"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

domingo, 20 de abril de 2014

Descoberto o primeiro planeta do tamanho da Terra na zona habitável

Usando o telescópio espacial Kepler, da NASA, astrônomos descobriram o primeiro planeta do tamanho da Terra orbitando uma estrela na "zona habitável" - ou seja a uma distância da estrela onde a água liquida pode se acumular sobre a superfície. A descoberta confirma que Kepler-186F, um planeta do tamanho da Terra, ocupa a zona habitável de outra estrela, que não o nosso Sol.

Conceito artístico do planeta Kepler-286F
Enquanto outros planetas já foram encontrados em zona habitável, todos eles são, pelo menos, 40% maior que a Terra e compreender a sua composição é um desafio. Kepler-186F é mais uma reminiscência da Terra.

 "A descoberta de Kepler-186F é um passo significativo no sentido de encontrar mundos como o nosso planeta Terra", disse Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA na sede da agência em Washington.

Embora o tamanho de Kepler-189F seja conhecido, a sua massa e composição, não são. Uma pesquisa anterior, no entanto, sugere que um planeta do tamanho de Kepler-186F seja, provavelmente, rochoso.

"Nós sabemos de apenas um planeta onde existe vida - a Terra. Quando procuramos vida fora do nosso sistema solar, nos concentramos em encontrar planetas com características que imitam a da Terra", disse Elisa Quintana, cientista de pesquisa no Instituto SETI em Ames da NASA Research Center em Moffett, na Califórnia, e principal autora do artigo publicado na Revista Science. "Encontrar um planeta na zona habitável, similar à Terra em tamanho, é um grande passo"

Constelação de Cygnus
Kepler-186F localiza-se no sistema Kepler-186, a cerca de 500 anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus. O sistema é composto de outros quatro planetas que orbitam uma estrela da metade do tamanho e massa do nosso Sol. A estrela é uma anã vermelha, uma classe de estrela que compõe 70% das estrela de nossa galáxia, a Via Láctea.

Kepler-186F orbita sua estrela uma vez a cada 130 dias e recebe um terço da energia que a Terra recebe Sol. Na superfície de Kepler-186F, o brilho da sua estrela ao meio-dia é tão brilhante como o nosso sol aparece-nos a cerca de uma hora antes de anoitecer.

"Estar na zona habitável não significa que o planeta é habitável. E temperatura no planeta é fortemente dependente do tipo de atmosfera que ele tem", disse Thomas Barclay, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental, de Ames, e co-autor da pesquisa. "Kepler -186F pode ser considerado como um primo da Terra, em vez de um irmão gêmeo. Ele tem muitas propriedade que se assemelham à Terra".

O diagrama compara os planetas do nosso sistema solar com o
de Kepler-186, um sistema de estrela de cinco planetas a cerca
de 500 anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus.Crédito de imagem:
Instituto NASA Ames/SETI/JPL-Caltech.
Os quatros planeta companheiros, Kepler-186b, Kepler-186c, Kepler-186d, e Kepler-186e, giram em torno de seu sol a cada 4,7,13 e 22 dias, respectivamente, tonando-se quente demais para a vida como a conhecemos. Estes quatros planetas interiores, todos, medem menos de 1,5 vezes o tamanho da Terra.

O próximo passo na busca de vida distante deve incluir o olhar para os verdadeiros gêmeos terrestres - planetas do tamanho da Terra orbitando dentro da zona habitável de uma estrela parecida com o Sol - e medir as suas composições químicas. O telescópio espacial Kepler, que simultânea e continuamente tem medido o brilho de mais de 150.000 estrelas, é a primeira missão da NASA capaz de detectar planetas do tamanho da Terra em torno de estrela como o nosso Sol.

Fonte: www.nasa.gov/kepler

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Primeira cabra clonada no Brasil

No dia 27 de março nasceu, em Fortaleza a primeira cabra clonada e transgênica da América Latina. Ela foi chamada de Gluca por possuir uma modificação genética que deverá fazer com que ela produza em seu leite uma proteína humana chamada glucocerebrosidase, usada no tratamento da doença de Gaucher.

Ao lado do marido, a pesquisadora Luciana Bertoni
segura a cabra Gluca no colo.
Esta doença genética é relativamente rara, mas bastante custosa para o sistema público de saúde. Ela está relacionada com o metabolismo dos lipídeos. É causada por uma deficiências na enzima chamada beta-glicosidase, cuja função é fazer a digestão da gordura dentro da célula. É uma doença autossômica recessiva.

As drogas importadas, para combater a doença, são baseadas em proteínas produzidas in vitro, cultivadas em células transgênicas de hamster ou cenoura. Os custos da produção no leite de cabras será menor.

"Alimentar cabras é bem mais barato do que alimentar células; e o processo de purificação da proteína é basicamente o mesmo", diz a pesquisadora Luciana Bertolini, da Universidade de Fortaleza, uma das coordenadoras do projeto.

Gluca é o único clone nascido até agora de um grande esforço de reprodução, que envolve a transferência de mais de 500 embriões clonados para 45 cabras receptoras, resultando em 8 gestações

O gene inserido no DNA dos animais é uma cópia do gene humano que comanda a síntese de glucocerebrosidase, acoplado a uma outra sequência genética (chamada promotor) que faz com que o gene apesar de estar presente em todas as células da cabra, seja ativado apenas nas células das glândulas mamárias - fazendo com que a proteína seja produzida apenas no leite.

Se tudo der certo e o leite de Gluca for rico em glucocerebrosidase, os cientistas poderão usar suas células para fazer novos clones, geneticamente idênticos a ela, e assim, começar a formar um rebanho para a produção da proteína em larga escala, para uso terapêutico.

Fonte: www.estadao.com.br

terça-feira, 8 de abril de 2014

Dia 15 de abril- Eclipse total da Lua

O eclipse previsto para o dia 15 de abril vai chamar a atenção porque será completamente visível em todas as partes do Brasil. Diferente do último, a Lua não estará próxima do horizonte - mais bem alta - o que facilitará a visão de todas as suas etapas.




O fenômeno deixará a Lua avermelhada e deve deve acontecer com tempo bom e céu claro






O eclipse lunar é um fenômeno astronômico que ocorre toda a vez que a Terra fica entre o Sol e a Lua, exatamente na linha de intersecção de sua órbita com a lua, a chamada "linha dos nodos", e sempre que a lua está na fase cheia ( na fase de lua nova o eclipse é do Sol). Quando isso ocorre, a lua entra na chamada zona de "umbra" (ou sombra), ou "penumbra" da terra e fica totalmente ou parcialmente invisível durante alguns minutos.



O eclipse começará às 1h e 54 min, atingirá o máximo às 4h e 46min e terminará às 7h e 38 min (horários de Brasília)

A principal diferença do eclipse lunar e do eclipse solar é que o lunar pode ser visto de qualquer parte do hemisfério terrestre que estiver voltado para a lua. Já um eclipse solar só pode ser visto do chamado "caminho do eclipse", que é o caminho que a "umbra" da lua percorre na superfície terrestre quando a lua se encontra entre o sol e a terra.

Outras diferenças são:  os eclipses solares costumam durar apenas 7 minutos, enquanto que o eclipse lunar pode durar até pouco mais de 3 horas, mas a fase total dura cerca de 1 hora; e o solar ocorre na lua nova e o lunar na lua cheia.

Você poderá observar o eclipse, ao vivo, clicando aqui.( Dia 15 de abril a partir da 1h e 54 min).

Veja mais explicações do eclipse nos dois vídeos abaixo:





Fonte: www.nasa.gov


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Oceano sob a crosta congelada de Enceladus


Este diagrama ilustra o possível interior da lua de Saturno – Enceladus com base em uma investigação de gravidade feita pela sonda Cassine da NASA e da Rede de Espaço Profundo da NASA, informou em abril de 2014.

A sonda Cassini da NASA e Deep Space Network descobriram evidências que Enceladus, uma das luas de Saturno, abriga um grande oceano subterrâneo de água líquida, despentando, assim, o interesse científico nessa lua como um local em potencial para os micróbios extraterrestres.

Os pesquisadores suspeitaram da presença de um reservatório de água em 2005, quando a Cassini descobriu vapor de água e gelo sendo expelido de aberturas perto do polo sul da lua. Os novos dados fornecem as primeiras medições geofísicas da estrutura interna de Enceladus, de acordo com a existência de um oceano escondido dentro da lua. As medições de gravidade sugerem um grande oceano de cerca de 10 km de profundidade , debaixo de uma casca de gelo de 30 a 40 km de espessura.

A evidência de água apoia a inclusão de Enceladus entre os locais mais prováveis, em nosso sistema solar, para hospedar a vida microbiana. Antes de Cassini chegar a Saturno em 2004, nenhuma versão dessa curta lista incluía esta lua gelada de quase 500 km de diâmetro.

"O material dos jatos polares sul de Enceladus contém água salgada e moléculas orgânicas, os ingredientes químicos básicos para a vida", disse Linda Spilker, cientista do projeto Cassini no JPL. "Sua descoberta ampliou nossa visão da 'zona habitável' dentro do nosso sistema solar e em sistemas planetários de outras estrelas".




Pluma incomum de Enceladus é apenas facilmente visível quando a sonda Cassini e o Sol estão em lados opostos de Enceladus. É a luz refletida de Saturno que está iluminando Enceladus. Este truque de iluminação permite que a sonda Cassini possa capturar tanto a pluma retroiluminada e a superfície de Enceladus em um só "clique".

Esta foto (à direita) foi obtida a uma distância de cerca de 832000 km de Enceladus.


A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASSA, da Agência Espacial Européia e da Agência Espacial Italiana. JPL gerencia a missão para a Ciência Mission Directorate da NASA em Washington.

Fonte: www.nasa.gov

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Brasileiros descobrem asteroide com anéis entre Saturno e Urano

Observações em vários locais da América do Sul, incluindo o Observatório de La Silla do ESO, fizeram uma surpreendente descoberta : que o longínquo asteroide Chariklo é cercado por anéis densos e estreitos. Este é o menor objeto rodeado por anéis e apenas o quinto corpo no Sistema Solar - depois dos planetas gigantes como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A origem destes anéis permanece um mistério, mas eles podem ser o resultado de uma colisão que criou um disco de detritos. Os novos resultados são publicados online na revista Nature em 26 de março de 2014.
Concepção artística de Chariklo e seus anéis

Os anéis de Saturno são uma das vistas mais espetaculares do céu, e outros anéis menores, importantes também, foram encontrados em torno de outros planetas gigantes. Apesar de muitas pesquisas cuidadosas, nenhum anel tinha sido encontrado em torno de objetos menores, no nosso Sistema solar. Agora, obervações do distante Chariklo, enquanto passava em frente de uma estrela, foi demonstrado que esse objeto também é cercado por dois finos anéis.

Tal descoberta foi feita por um grupo de astrônomos chefiados pelo brasileiro Felipe Braga Ribas do Observatório Nacional/MCTI do Rio de Janeiro.

"Nós não estávamos procurando por um anel e não achávamos que pequenos corpos como Chariklo pudesse tê-los, por isso, a descoberta é incrível pela quantidade de detalhes que vimos no sistema - veio como uma surpresa completa!", diz Felipe Braga Ribas.

Chariklo é o maior membro de uma classe de asteroides conhecida como "centauros" e orbita entre Saturno e Urano, no Sistema Solar exterior. Previsões tinham mostrado que ele iria passar na frente de uma estrela em 3 de junho de 2013, visível na America do Sul. Astrônomos usando telescópios em sete locais diferentes, incluindo o dinamarquês 1,54 metros e o telescópio TRAPPIST no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, foram capazes de observar a estrela aparentemente desaparecer por alguns segundos, quando sua luz foi bloqueada pelo Chariklo, numa fenômeno chamado ocultação.

Mas eles encontraram muito mais do que estavam esperando. Poucos segundos antes e novamente alguns segundos depois da ocultação principal havia mais duas ocultações mais curtas da estrela. Algo em torna de Chariklo estava bloqueando a luz!. Ao comparar o que foi visto a partir de diferentes locais , a equipe pôde reconstruir, não apenas, a forma e o tamanho do objeto em si, mas também a forma, largura, orientação e outras propriedade dos anéis recentemente descobertos.

A equipe descobriu que o sistema de anel é composto por dois anéis fortemente confinados  com sete e três quilômetros de largura, separados por um espaço claro de nove quilômetros - em torno  de um objeto pequeno de diâmetro de 250 km, orbitando além de Saturno.

Os lidereres deste projeto estão chamando, provisoriamente, os anéis pelos apelidos de Oiapoque e Chuí, dois rios perto dos extremos norte e sul do Brasil

Clique aqui para observar a concepção artística do ocultação da estrela pelo asteroide e seus anéis.

Fonte: www.eso.org