"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Primeira cabra clonada no Brasil

No dia 27 de março nasceu, em Fortaleza a primeira cabra clonada e transgênica da América Latina. Ela foi chamada de Gluca por possuir uma modificação genética que deverá fazer com que ela produza em seu leite uma proteína humana chamada glucocerebrosidase, usada no tratamento da doença de Gaucher.

Ao lado do marido, a pesquisadora Luciana Bertoni
segura a cabra Gluca no colo.
Esta doença genética é relativamente rara, mas bastante custosa para o sistema público de saúde. Ela está relacionada com o metabolismo dos lipídeos. É causada por uma deficiências na enzima chamada beta-glicosidase, cuja função é fazer a digestão da gordura dentro da célula. É uma doença autossômica recessiva.

As drogas importadas, para combater a doença, são baseadas em proteínas produzidas in vitro, cultivadas em células transgênicas de hamster ou cenoura. Os custos da produção no leite de cabras será menor.

"Alimentar cabras é bem mais barato do que alimentar células; e o processo de purificação da proteína é basicamente o mesmo", diz a pesquisadora Luciana Bertolini, da Universidade de Fortaleza, uma das coordenadoras do projeto.

Gluca é o único clone nascido até agora de um grande esforço de reprodução, que envolve a transferência de mais de 500 embriões clonados para 45 cabras receptoras, resultando em 8 gestações

O gene inserido no DNA dos animais é uma cópia do gene humano que comanda a síntese de glucocerebrosidase, acoplado a uma outra sequência genética (chamada promotor) que faz com que o gene apesar de estar presente em todas as células da cabra, seja ativado apenas nas células das glândulas mamárias - fazendo com que a proteína seja produzida apenas no leite.

Se tudo der certo e o leite de Gluca for rico em glucocerebrosidase, os cientistas poderão usar suas células para fazer novos clones, geneticamente idênticos a ela, e assim, começar a formar um rebanho para a produção da proteína em larga escala, para uso terapêutico.

Fonte: www.estadao.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário