"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre".(Paulo Freire)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

VÍRUS e SOROS

Uma medida importante para promover a saúde de uma população e a vacinação. Vacinar é injetar no organismo bactérias mortas ou suas toxinas desativadas, vírus atenuados ou partes desses vírus que possam ser reconhecidas pelo corpo como antígenos. Isso faz com que o organismo produza anticorpos específicos, sem ficar doente.

Linfócito T (em laranja) atacam uma célula cancerosa
(imagem ao microscópio eletrônico, aumentado 4000 vezes).
Algumas vezes, para obter um volume razoável de anticorpos, é necessária a vacinação por três ou mais vezes, pois o tempo que os anticorpos permanecem no organismo é variável. Assim, dependendo do tipo de vacina, é conveniente, após algum tempo, a aplicação de uma dose suplementar – o chamado  reforço. Após isso, o organismo produz de imediato um nível alto de anticorpos, o que torna a conferir resistência contra a infecção.

A vacina é um caso de imunização ativa, porque o próprio corpo fabrica os anticorpos contra o agente infeccioso. Em geral, tem função de prevenir uma doença, embora algumas vacinas sejam dadas ao indivíduo doente para aumentar suas defesas contra microrganismos.

Às vezes, porém, é preciso uma defesa rápida, por exemplo, quando um indivíduo sofre ferimentos suspeitos de contaminação pelo bacilo do tétano ou pelo vírus da raiva ou quando é picado por serpentes peçonhentas. Nesses casos, não se deve esperar que seu corpo produza anticorpos, pois esse processo é muito lento em relação à capacidade de proliferação do microrganismo invasor ou ao alto poder tóxico da peçonha.


Depois de entrar em contato com o antígeno do microrganismo, o linfócito T auxiliar
estimula a multiplicação de outros tipos de linfócitos que combaterão o microrganismo.

Assim, deve-se inocular no indivíduo um líquido obtido do sangue de um animal previamente colocado em contato com o agente infeccioso – o soro ou soro imune, com certa quantidade de anticorpos, que começam a neutralizar imediatamente os antígenos. Depois, o indivíduo passa a produzir seus próprios anticorpos, impedindo a progressão da infecção ou da intoxicação.

A preparação do soro pode ser feita em cavalos, coelhos ou cabras. Esses animais recebem quantidades não mortais de antígenos, em doses progressivamente maiores, e produzem grande quantidade de anticorpos. O soro é, então, retirado do sangue do animal e armazenado para uso em indivíduos atingidos por infecção ou pecadas de animai peçonhentos.
Na produção do soro antiofídico (contra picadas de serpentes), por exemplo, as hemácias são devolvidas ao cavalo, reduzindo, assim, os efeitos colaterais da perda de sangue.

O soro, portanto, tem efeito curativo e é uma imunização passiva, uma vez que o organismo recebe os anticorpos já prontos.


Uma imunização passiva ocorre naturalmente durante a gravidez, quando o feto recebe anticorpos através da placenta, e durante a amamentação, quando os anticorpos são fornecidos tento pelo colostro (líquido produzido nos três primeiros dias depois do parto) como pelo leite materno. É por isso que os bebês alimentados com leite materno têm mais resistência contra infecções, mesmo  contra as gastrointestinais, uma das causas da alta mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos.






Preparação do soro imune:



Fonte: Biologia Hoje ´Linhares,S, Gewandsznajder,F - Ed. Ática

Atividade Curricular - Alunos de Ciências, Biologia e Química

Leia com atenção o post acima, assista aos vídeos e responda as questões abaixo e entregue ao seu professor na sala 7.

1) O que você entende por vacina?
2) Por que, algumas vezes, é necessário tomar o  reforço de uma vacina?
3) Quando um indivíduo for picado por uma cobra peçonhenta aplica-se o soro ou a vacina? Por quê?
4) Por que o cavalo não morre ao ser injetado com veneno de cobra? Ele é prejudicado neste processo?
5) Como é feita a imunização passiva pela mãe ao seu bebê?
6) Por que a amamentação é tão importante para o bebê?

Experimento de Stanley Miller

Sopa primordial

Para alcançar a receita da sopa primitiva ou pré-biótico, deve-se usar uma grande variedade de elementos químicos como o carbono (C), hidrogênio (H2), potássio (K), amônia (NH3), nitrogênio (N2), magnésio (Mg) e de água de curso (H2 O).

Estes elementos parecem essenciais para a formação da sopa primordial que deu origem à vida orgânica na Terra.

Os elementos químicos são facilmente manipuláveis, eles “gostam“ de reunir-se e experimentar todos os tipos de combinações químicas. Quando as condições de temperatura e pressão são favoráveis, como na Terra há 4,4 bilhões anos, esses elementos organizaram-se sem qualquer ajuda ou qualquer intervenção externa, eles organizaram-se simplesmente por afinidade eletromagnética (ligação química entre átomos).

Na atmosfera primordial da Terra, um conjunto mágico baseado na dupla água-carbono provou ser a maneira mais fácil para formar as moléculas orgânicas e, mais tarde, muito mais tarde a vida. É possível fazer esta receita em um laboratório, muitas equipes de pesquisadores têm demonstrado.

Stanley Miller
Em 1953, um biólogo americano Stanley Miller (1930-2007), realizou na Universidade de Chicago, o famoso experimento, chamado a experiência de Miller e Urey. Esta experiência consiste de recriar em laboratório, in vitro, as condições da sopa primordial. Para realizar esta experiência só deve ter elementos químicos, água e relâmpagos elétricos.
Deixando repousar esta mistura por vários dias, alguns aminoácidos primitivos precipitaram no fundo da bola.

Os aminoácidos são os elementos mais importantes na construção da vida, como a conhecemos. Estes são os constituintes elementares das proteínas que levarão à formação de longas cadeias macromoleculares, e os primeiros tijolos da vida.


Harold Urey
Harold Urey estava convencido que na Terra primitiva existia uma atmosfera contendo os elementos químicos necessários para as estruturas dos seres vivos. Em 1953, para verificar a relevância dessa teoria, Stanley Miller imagina uma experiência físico-química. O aparelho instalado e cheio com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio.

Um balão cheio com água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para enriquecer a atmosfera de vapor de água). 

Dois eletrodos são usados para produzir um raio, fornecem a energia ao sistema.

A sopa primordial é, assim, realizada em um ambiente líquido e quente em que a acumulação prolongada (milhões de anos) de moléculas orgânicas inertes moverá do inanimado ao animado. Assim, a matéria orgânica inerte irá produzir um novo material, um que pode crescer e reproduzir-se, ou seja, a matéria viva.



O aparelho instalado e cheio com uma atmosfera de metano, amônia e hidrogênio. Um balão cheio com água simula um oceano primitivo (a água é aquecida por uma resistência, o que contribui para enriquecer a atmosfera de vapor de água). Dois elétrodos são usados para produzir um relâmpago elétrico que fornece energia ao sistema. Após uma semana de funcionamento, vários compostos orgânicos, incluindo aminoácidos precipitaram na parte inferior do frasco.


É claro que a receita de Stanley Miller não deve ser  o que a natureza seguiu para iniciar o processo de vida.

A atmosfera primordial não era o da simulação de Miller, os elementos primordiais não foram os mesmos  e os relâmpagos da Terra primitiva não eram os arcos elétricos . Além disso, as críticas da época, referentes às condições do experimento são bastantes justificadas.

Mas o ponto importante não é na reconstituição da sopa primordial. A experiência de 1953 mostra a facilidade com a qual os elementos reúnem-se entre si por afinidade química ou simplesmente porque eles suportam menor resistência.


Hoje em dia, muitos modelos podem mostrar como as condições de pré-bióticos são criados em laboratório e os cientistas podem produzir moléculas orgânicas (aminoácidos, hidratos de carbono, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos, açúcares, ...).

Nota: a síntese de moléculas orgânicas parece ser um fenômeno muito comum no espaço. No vazio interestelar, os cientistas identificaram cerca de 120 moléculas orgânicas contendo entre 2 a 13 átomos de carbono. Muitos corpos extraterrestres, cometas e meteoritos contêm também uma série de moléculas orgânicas mais ou menos complexas.

Outra hipótese afirma que moléculas orgânicas poderiam ter chegada na Terra através de meteoritos.

Sobre a  teoria de 1920 de Aleksander I. Oparin (1894-1980) e do cientista inglês John Burdon S. Haldane (1892 – 1964) sobre a origem dos primeiros seres vivos, o pesquisador japonês Yoshihiro Furukawa propôs que os impactos de meteoritos nos oceanos primitivos da Terra podem também ter sido os causadores da formação de complexas moléculas orgânicas, que mais tarde originaram a vida.

Diferente da teoria da panspermia cósmica, que sugere que o aparecimento dos primeiros seres vivos na Terra veio dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico, Yoshihiro e sua equipe explicam, no artigo publicado em dezembro de 2008 pela revista científica britânica Nature Geoscienceque os impactos desses corpos sobre os mares primitivos, muito frequentes na época, podem ter gerado alguma das complexas moléculas orgânicas necessárias para a vida.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

OVÁRIO PRODUZINDO ESPERMATOZÓIDE

Pesquisadores japoneses descobriram que existe um gene que determina se células germinativas – células que dão origem aos gametas em diversas espécies - vão se tornar espermatozoides ou óvulos. Batizado de foxl3, o gene foi identificado em experimentos realizados com peixes. Quando o gene foi "desativado" em fêmeas, elas passaram a produzir espermatozoides saudáveis em seus ovários.

     Nova descoberta pode ajudar os pesquisadores, a saber, mais sobre como o destino sexual  de células germinativas é determinado durante o desenvolvimento dos vertebrados.

O estudo, que teve seus resultados publicados na revista Science, foi liderado por Toshiya Nishimura e Minoru Tanaka, do Instituto Nacional de Biologia Básica, no Japão.

Existentes em machos e fêmeas, as células germinativas são inicialmente "genéricas", mas já nas primeiras fases de desenvolvimento de um embrião elas se diferenciam para formar os gametas - espermatozoides ou óvulos. No entanto, até agora o mecanismo responsável por essa decisão não estava claro.

O novo estudo conclui que o gene foxl3 funciona como um "interruptor sexual", decidindo o destino das células germinativas. Os autores manifestaram surpresa ao descobrir que é possível gerar um espermatozoide fora do ambiente do órgão reprodutivo masculino.

O experimento foi realizado com o peixe-arroz conhecido como medaka (Oryzias iatipes), mas, segundo os autores, é possível que os resultados se apliquem a todos os vertebrados. Os humanos não possuem o gene foxl3, mas os cientistas suspeitam que exista no organismo humano um mecanismo semelhante, com a função de um interruptor sexual.

De acordo com os autores, o gene foxl3 atua nas células germinativas das fêmeas "para impedir que elas se diferenciem como espermatozoides". O estudo demonstrou que o foxl3 é expresso unicamente nas células germinativas, mas não nas células somáticas dos ovários.

Em fêmeas com o gene foxl3 "desligado", a aparência do corpo continuou com todas as características típicas das fêmeas, mas seus ovários começaram a formar um grande número de espermatozoides e, ao mesmo tempo, uma pequena quantidade de óvulos. Esses espermatozoides gerados pelas fêmeas mutantes foram usados para fertilizar óvulos de fêmeas comuns, por inseminação artificial, gerando peixes totalmente normais e saudáveis.
Os pesquisadores verificaram, ainda, que a formação dos espermatozoides nos ovários das fêmeas é mais rápida que sua formação natural nas gônadas dos machos. Por conta disso, segundo eles, as pesquisas para a aplicação da descoberta em aquicultura já foram iniciadas.

"Deixou-nos muito surpresos o fato de que espermatozoides saudáveis tenham sido produzidos ali (nos ovários), embora o ambiente ao redor das células germinativas fosse o da fêmea. Esse interruptor sexual presente nas células germinativas é independente do sexo do organismo onde elas estão - e isso é uma descoberta inteiramente nova", disse Nishimura.


Segundo Tanaka, embora fosse conhecido que as células germinativas podem se tornar tanto espermatozoides como óvulos, ninguém sabia que elas tinham, em vertebrados, um mecanismo que funcionasse como um interruptor responsável por decidir seu destino como óvulo ou espermatozoide. "Nossos resultados indicam que, assim que a decisão é tomada, as células germinativas têm a capacidade de se desenvolver até o fim. Eu acredito que é algo muito significativo que esse mecanismo tenha sido descoberto", declarou Tanaka.

Fonte: http://www.sciencemag.org

sexta-feira, 24 de julho de 2015

UMA CONEXÃO ENTRE O SONO E A FOME

Hormônio que indica ao corpo a hora de dormir também regula a ingestão de alimentos e o acúmulo de gordura

A melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal, situada no centro do cérebro, é conhecida há tempos por seu papel na regulação do sono. Agora, surgem evidências de que ela também exerce uma ação fundamental no controle da fome, no acúmulo de gorduras e no consumo de energia. “Na ausência da melatonina, ratos desenvolveram doenças metabólicas e se tornaram obesos. 
Localização da glândula Pineal

Já a reposição do hormônio favoreceu a perda de peso”, conta o fisiologista José Cipolla Neto, da Universidade de São Paulo (USP). Ele coordenou uma série de experimentos com animais, realizados em parceria com outros pesquisadores de São Paulo, da França e dos Estados Unidos, que estão demonstrando como a variação nos níveis de melatonina ao longo do dia afeta a ingestão e o gasto de energia, o chamado balanço energético do organismo. 




Cipolla e seus colegas começaram a identificar a influência desse hormônio sobre a fome e o acúmulo de energia usando uma estratégia clássica da fisiologia. Segundo essa estratégia, para se conhecer a função de determinado componente em um sistema, é preciso eliminá-lo e observar o que acontece. 

Por meio de uma cirurgia, eles extraíram a glândula pineal dos animais, extinguindo a produção do hormônio, e acompanharam as mudanças que surgiram. Depois, como se colocassem de volta a peça retirada, reverteram o efeito fazendo a reposição de melatonina via oral e registrando como era afetado o funcionamento de diferentes órgãos e tecidos sobre os quais a melatonina atua. Os experimentos revelaram que o metabolismo energético tem uma organização temporal diária sincronizada pela melatonina.


 À medida que escurece, a pineal passa a liberar o hormônio até alcançar uma concentração máxima, inundando o corpo com melatonina. A partir desse pico, que ocorre por volta do meio da madrugada, a concentração de hormônio diminui e permanece baixa durante a manhã e a tarde – os níveis são 10 vezes menores do que à noite. No caso dos seres humanos e de outros mamíferos de atividade diurna, as concentrações mais baixas coincidem com o período de maior atividade. É durante o dia que esses animais se alimentam – ou, ao menos, comem em maior quantidade do que à noite – e estocam mais energia do que gastam.

 A energia armazenada na forma de gordura ou de estoques de açúcares durante o dia garante que o organismo continue funcionando à noite, em geral o período de descanso, quando os níveis de melatonina estão altos e o corpo passa horas em jejum. Uma parte significativa dessa energia é usada pelo tecido  adiposo marrom – esse tipo de gordura gasta energia, enquanto a gordura branca a armazena – para produzir calor e manter o corpo aquecido num período em que há pouca contração muscular (outra fonte de calor). O consumo de energia pela gordura marrom é tão elevado à noite que, no balanço geral, compensa o que havia sido estocado de dia. Como resultado, o peso praticamente não muda.

“Do ponto de vista evolutivo, essa organização temporal do metabolismo energético deve ter sido fundamental para a sobrevivência dos mamíferos”, diz Cipolla, um dos pioneiros no país dos estudos em cronobiologia, área da ciência que investiga como os fenômenos biológicos variam no tempo. Produzir reservas energéticas no período de atividade, conta, pode ter permitido sobreviver em segurança à noite, quando se está em jejum e se dorme, em geral, em ambiente isolado e menos suscetível à ação de predadores.

Nos testes em laboratório Cipolla observou que, depois de algum tempo, os ratos que não produziam melatonina apresentaram distúrbios metabólicos associados ao desenvolvimento da obesidade. Os níveis de açúcar (glicose) e de gorduras (lipídios) no sangue eram mais elevados do que o normal, o que favorecia a estocagem de energia na forma de gordura no tecido adiposo branco e no fígado. Além de ter mais energia disponível para guardar, os animais também passaram a comer mais e fora de hora, além de gastar menos energia. Segundo Cipolla, essas mudanças são efeitos diretos da redução da melatonina, hormônio que, como ele vem demonstrando, auxilia no controle da fome e estimula o tecido adiposo marrom (concentrado ao redor do pescoço, sob as clavículas e ao longo da coluna vertebral) a gastar energia.

 CRONORRUPTURA

 Sem a melatonina, os animais perdem o padrão de organização rítmica diária do metabolismo. “Ocorre a chamada cronorruptura”, explica Cipolla. Como consequência, o cérebro deixa de perceber a saciedade e o apetite aumenta. Assim, come-se mesmo que fora de hora. Para piorar, o organismo gasta menos energia. Se antes os animais acumulavam energia quando estavam acordados e a gastavam durante o repouso, alternando os períodos de estocagem com os de queima de gordura, agora passam a acumular energia o tempo todo e engordam.

 Cipolla notou ainda que era possível reverter os efeitos da cronorruptura – que também pode ocorrer pela exposição excessiva à luz (em especial à luz azulada de telas de computador, tablets, celulares e TVs de LED) e, nos seres humanos, pelo trabalho no turno da noite – ao dar melatonina via oral para os animais. “Os roedores que receberam reposição do hormônio perderam peso”, conta o pesquisador. Aqueles tratados com melatonina logo após a remoção da pineal não sofreram alterações no metabolismo energético.

 A administração do hormônio também gerou um efeito protetor em roedores idosos e obesos, que produzem menos melatonina do que os animais mais jovens e sadios. Num dos testes, os ratos que receberam melatonina por oito semanas ganharam o equivalente a 1,3% de seu peso, enquanto os que receberam apenas água e alimentação usual engordaram 4,7%. Quando o tratamento foi mais longo, as diferenças se acentuaram. O grupo tratado por 12 semanas com uma mistura de água e melatonina perdeu 2% do peso corporal, enquanto o que tomou apenas água pesava em média quase 8% a mais no final do período, segundo estudo publicado em 2013 no Journalof Pineal Research.

Esse trabalho, que Cipolla vem desenvolvendo em parceria com colegas da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Instituto Butantan e dos Estados Unidos, indica que uma redução importante nos níveis de melatonina, como a observada nos ratos, aumenta a fome e favorece o ganho de peso por duas vias diretas e uma indireta. Níveis mais altos de melatonina, como os liberados à noite, atuam diretamente sobre uma região cerebral chamada hipotálamo inibindo a fome. Portanto, menos melatonina significa um apetite maior. Outro efeito direto da diminuição desse hormônio é uma redução da queima de energia pelo tecido adiposo marrom.

De modo indireto, a redução da melatonina desregula a produção e a ação do hormônio insulina e reduz a produção de leptina pelo tecido adiposo – dois hormônios que também atuam sobre o hipotálamo inibindo a fome. Sem melatonina, ou com níveis muito baixos dela, perdem-se dois dos freios cerebrais do apetite e se gasta menos energia. Estudos experimentais indicam ainda que, na ausência da melatonina, o corpo produz mais grelina, hormônio que induz a fome.

Equilibrados sob condições normais, o acúmulo (A) e o gasto (B)
de energia mudam com a falta de melatonina.

Existe a suspeita de que essa alteração na produção e na ação da insulina inicie um processo de retroalimentação, gerando um círculo vicioso. Animais que produzem menos insulina também secretam menos melatonina, mostrou um experimento usando ratos com diabetes tipo 1, doença que causa uma diminuição importante na produção de insulina. A redução nos níveis de insulina, porém, explicou apenas 20% da queda na produção de melatonina. O que mais influenciou a diminuição nos níveis do hormônio do sono, constataram Cipolla e seus colegas, foram as altas concentrações sanguíneas de glicose (hiperglicemia), comum quando o diabetes não está controlado. Testes feitos com seres humanos já demonstraram que, quanto menor a produção de melatonina à noite, maior a glicemia em jejum.

Esse resultado também levanta a hipótese de que algo semelhante possa ocorrer no diabetes tipo 2, uma forma bem mais frequente da doença – calcula-se que cerca de 10% dos adultos desenvolvam diabetes tipo 2, uma das consequências da obesidade, já considerada uma epidemia no mundo ocidental. Testes feitos com ratos que tinham diabetes tipo 1 e com ratos com diabetes tipo 2 indicaram que a suplementação de melatonina ajudou a sincronizar o metabolismo nas fases de atividade e de repouso, melhorou a ação da insulina e ajudou a regular a ingestão e o metabolismo de lipídios.

Uma das contribuições fundamentais do grupo foi elucidar como a melatonina ajuda o organismo a manter a sincronia temporal com o ambiente.

Já se sabia que a retina, tecido fotossensível que recobre o fundo do olho, envia sinais para o relógio biológico existente no hipotálamo. Este, por sua vez, estimula a pineal a produzir melatonina de noite e inibe a síntese durante o dia. 

Mas como a melatonina sincroniza o metabolismo ao longo das 24 horas do dia, se ela só é secretada à noite?

Cipolla e seus colegas verificaram que, uma vez lançada no sangue, a melatonina ativa nas células de diferentes partes do corpo um conjunto de genes –os chamados clock genes ou genes do relógio – que agem como sincronizadores periféricos. Eles transmitem a informação do relógio central para todas as células do organismo. Nas células, esses genes disparam uma cadeia de eventos moleculares que duram cerca de 24 horas e sinalizam o momento em que as diferentes reações metabólicas devem acontecer. Esse mecanismo pode ajudar a entender o padrão de funcionamento dos diferentes órgãos e tecidos do corpo.

Acertando os ponteiros “A melatonina já é usada para tratar distúrbios do sono e talvez possa ser adotada para ajudar a restabelecer o padrão circadiano de liberação de outros hormônios”, diz o endocrinologista Marcio Mancini, da Faculdade de Medicina da USP. É que ela regula o ciclo de produção de hormônios como o cortisol, liberado em situações de estresse; a leptina e a grelina, que regulam a fome; e o hormônio do crescimento, que auxilia na reparação de danos celulares. “Mas ainda é necessário demonstrar que o que se observou em ratos também ocorre em seres humanos”, enfatiza Mancini.

Nos últimos anos começaram a surgir evidências de que a melatonina pode auxiliar no controle da glicemia e dos níveis de lipídios e colesterol em seres humanos. Um estudo clínico feito nos Estados Unidos e publicado em 2011 na revista Diabetes, Metabolic Syndrome and Obesity: Targets and The - rapy indicou que, em pacientes com diabetes tipo 2 e insônia, a melatonina melhorou o sono após três semanas e auxiliou o controle glicêmico após cinco meses. Outro teste clínico, descrito no Journal of Pineal Research , também em 2011, demonstrou que, após dois meses de tratamento com melatonina, pessoas com distúrbios metabólicos apresentaram redução na pressão sanguínea e nos níveis de colesterol.

Mesmo diante desses resultados, Cipolla é cauteloso e ressalta que não existe solução fácil para os problemas metabólicos. “A melatonina pode se tornar um coadjuvante no tratamento desses distúrbios e talvez tenha um papel especialmente importante na prevenção deles”, diz. “Após tantos anos de estudos experimentais, chegou a hora de realizar estudos clínicos bem planejados e adequadamente controlados para testar o papel da melatonina na fisiopatologia metabólica humana.”


Ainda há muito trabalho a ser feito. É preciso, primeiro, verificar a eficácia e a segurança da melatonina para tratar esses problemas em seres humanos.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CÉLULA E EVOLUÇÃO DA VIDA

O mistério do nada

A pequena história da evolução da vida começa a partir do nada, há 13,8 bilhões anos, antes, o tempo e o espaço não existiam. O mundo microscópico e o mundo macroscópico estão reunidos na evolução do universo como o infinitamente pequeno, gerou o infinitamente grande, o universo observável nasceu do "nada". O universo emergente era tão pequeno que cabia na palma da mão, é de lá que se formaram as primeiras estrelas, as galáxias e os planetas...

Inicialmente, uma energia misteriosa turva, cria bilhões de bilhões de bilhões de partículas e antipartículas virtuais, que vai deixar o mundo das sombras e  emergir em um mundo real, transparente.

 A fronteira entre o inerte e o vivo  

      A vida é um processo químico do qual os organismos vivos são derivados.  Esta  matéria dá vida à Terra e isto acontece, certamente,  em outros lugares do universo, há bilhões de anos.
Em meteoritos antigos os cientistas descobriram os princípios básicos da vida que têm alimentado a terra desde o inicio, há um pouco mais de 4 bilhões de anos.

A vida começou a se “proteger” no interior das membranas celulares, a vida na Terra é celular.

Uma mistura de compostos orgânicos simples como as contidas em um meteorito carbonados, pode formar membranas celulares, e isto contribuiu para a formação das primeiras células na Terra primitiva.

Os cientistas imaginam os estágios iniciais de criação das primeiras células vivas, mas muitas moléculas orgânicas antigas  e as membranas celulares não revelam quase nada sobre a passagem misteriosa da matéria à vida. O que é certo é que nós somos feitos de matéria, mas, ao mesmo tempo, somos  diferentes. O que nos diferencia da matéria bruta  é que estamos "vivos" e não "inerte".

Dizemos que um corpo está vivo se ele pode se alimentar, crescer e reproduzir-se com o passar do tempo. Se a vida é química e tem sua origem na matéria morta, por que não encontrar a fronteira precisa entre vivos e inanimados?

Os microrganismos metanogênicos são do ramo de Archaea e produzem
 gás metano e que têm desempenhado um papel importante na evolução

Um vírus, por exemplo, é um conjunto de átomos inertes, ele está morto e ele ainda age como um organismo vivo se reproduz e sofre mutação, quando infecta uma célula. O morto e os vivos são estranhamente similares no cristal, que cresce e se multiplica mesmo sendo inerte. Nas arqueobactérias  as células são 10 vezes menores que as bactérias e a seqüência de seu DNA mostra  que elas estão mais próximas do primeiro organismo vivo do  que as bactérias. Elas são encontradas na Terra em condições extremas, o que demonstra sua capacidade fenomenal para se adaptar. É por isso que os pesquisadores estão tentando eliminar a maior quantidade de informação armazenada, modificando seu DNA, para manter um organismo vivo "mínimo" e atingir a fronteira entre vida e inanimados.

A vida na Terra

A vida é uma tendência misteriosa e universal da matéria que se associa, se organiza, ao se tornar mais complexa.

A vida é caracterizada pela  extração de energia do ambiente externo, ela usa esta energia, resíduos e rejeitos para expandir a sua organização.

À nível de espécies, a vida na Terra, está ficando cada vez mais complexa, mais rápida, por 4,5 bilhões de anos.
Parece que a vida, como ela é tenaz, não é nada mais do que um processo trivial, uma forma específica da matéria, que certamente vai descobrir o segredo.

No entanto nós achamos que a vida evolui no tempo, tendo uma trajetória definida por um número infinito de parâmetros, o que a torna imprevisível e indefinível.

Mas há uma definição biológica de vida:

"Um organismo está vivo, quando troca matéria e energia com seu ambiente, mantendo a sua autonomia quando se reproduz e evolui por seleção natural."

Todos os organismos vivos garantem a sua estabilidade, respondendo às mudanças em seu ambiente.

A vida tem uma faculdade de adaptação e aprendizagem. Esta é a vida?
Mas vemos também observando as galáxias, estrelas e planetas, que a matéria é capaz de se auto-organizar sem estar vivo.

No entanto, uma boa definição de vida deve levar em conta este conceito, ou seja, a capacidade da matéria, gradualmente, aumentar a sua complexidade.
A tenacidade da vida  não é prova de que ela está presente em todo o universo, pacientemente à espera de condições favoráveis para continuar seu caminho para a complexidade?

É difícil acreditar que existe vida na Terra, onde quer que haja água líquida, há uma possibilidade de vida, mesmo sob a crosta gelada de planetas ou satélites .
A vida prospera em lugares onde até mesmo a energia do Sol não consegue penetrar, vemos isso nas profundezas do nosso planeta.

 Segundo a NASA, ser vivo é qualquer sistema definido espacialmente separado por uma membrana semipermeável de fabricação própria e capaz de auto-sustentação e reprodução, formando seus próprios componentes, de alimentação e / ou a partir de elementos exteriores.

Os vivos e Informação

A definição da vida é extremamente difícil a conceber e a dimensão da questão não permite responder simplesmente porque a questão diz respeito tanto à filosofia como à química da vida.


Além disso, nós descobrimos que a vida evolui no tempo, tomando uma trajetória definida por um número infinito de parâmetros, o que a  torna imprevisível e indefinível. Mas os componentes presentes na sopa original ao longo do tempo  estabelecem ligações eletromagnéticas. E quando certos componentes combinam-se, canalizam a informação para fazer uma cópia de si mesmo, é aí que o milagre ocorre porque, em um sistema de substâncias químicas que não está vivo,  nada acontece. As funções químicas destes componentes específicos, reunidos por acaso, são parte de um plano de produção que permite refazer o sistema.

Este sistema tem informações operacionais armazenadas, e é a partir deste ponto que podemos considerá-lo vivo.

Este sistema vivo tem a particularidade de recriar infinitamente  a partir dos constituintes do meio, dizemos  que tem a propriedade de autopoiese.
O termo vem do grego auto (próprio) e poiesis (criação). Este termo define a propriedade de um sistema de se produzi
r.
Em 1944, Avery, MacLeod e McCarthy identificam o ADN como o portador da informação genética.

A vida é essencialmente um processo químico que tende para a complexidade, quanto mais  evolui para a complexidade,  menos ela será encontrada da mesma forma no universo.

A célula

A célula é a unidade básica dos sistemas vivos, é a unidade da vida. Em 1838, Matthias Schleiden levantou a hipótese de que todas as plantas são compostas de células e, em 1839, Theodor Schwann estendia  a hipótese a todos os tecidos do animal.

Schwann e Schleinden  concluíram, assim,  que as células são as partículas elementares da vida
.
A célula, esse pequeno espaço, oferece proteção e cria um ambiente que permite que a composição físico-química interna interaja com o exterior.
Células, não são necessariamente idênticas, mas têm a mesma origem, se uniram para formar um tecido, nível de organização funcional e os tecidos se unem para formar os órgãos.

Observe na foto ampliada, a membrana frágil da atmosfera da Terra  que 
protege a vida. Parece que a Terra, como a célula, está 
protegida dentro de uma membrana, a atmosfera..

Em suma, a vida é organizada através das células, tecidos, órgãos e sistemas para desenvolver uma  organização tão sofisticada quanto a consciência.
O DNA, a informação genética e hereditariedade, produz erros ocasionais, a maioria dos erros são ruins, mas às vezes essas alterações, dependendo do ambiente, produzem efeitos benéficos, que permitem o sistema continuar sua evolução.

O ácido desoxirribonucléico, ou DNA é uma molécula presente em todas as células vivas.

Esta maravilhosa molécula contém todas as informações necessárias para operar um sistema.

Ele permitirá a transmissão de informações, total ou substancialmente durante a reprodução.

Esta informação genética forma o genoma dos seres vivos.

Uma fita, a estabilidade da informação genética é feita
 por laços fortes, mas o DNA pode mudar. As mutações 
espontâneas são, provavelmente, erros durante a 
replicação ou facilitadas pelo ambiente (radiação ultravioleta,...).


DNA contém o plano de fabricação, ele consiste em quatro componentes que permitem a replicação: A,G,C e T (adenina, guanina, citosina e timina).
A molécula de DNA é uma fita dupla que permite a duplicação em duas moléculas filhas idênticas.

Isso assegura que a transmissão da informação genética durante a reprodução é a hereditariedade.

Cada molécula filha herda uma fita da molécula de DNA original. A outra vertente é sintetizada, os componentes complementares são pareados entre A-T e G-C, de modo a reconstituir a mesma vertente em falta.

As duas novas moléculas de DNA são idênticas à molécula original. As duas fitas com seqüências complementares são ligados por laços fracos, o que permite a separação e montagem dos fios.

Em 1958, o experimento Meselson-Stahl validou este modelo.

Os organismos vivos contêm moléculas, como carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos e proteínas, mas todos baseados em carbono. As formas de vida poderiam na teoria ser baseada no silício, mas ele não mostra a incrível variedade de formas e propriedades do carbono.     

Fonte:  http://www.astronoo.com/pt/artigos/celula-viva.html                        

terça-feira, 16 de junho de 2015

TARDíGRADO - ESTRANHO E SURPREENDENTE ANIMAL

O tardígrado ou urso da água são pequenos animais, entre 0,1 mm e 1,5 mm, e invertebrados multicelulares. O nome Tardígrado significa "caminhante lento" foi nomeado por Lazzaro Spallanzani em 1777. 

Os tardígrados têm oito patas que terminam em pequenas garras. Sua particularidade é a de viver em vários ambientes diferentes ao redor do globo, desde as regiões polares até o equador, preferindo zonas de musgo, como florestas e tundras, o líquen é a sua comida favorita.




 O tardígrado, medindo entre 0,1 mm e 1,5 mm, está equipado com oito pernas curtas terminando em garras. Em terra, alguns estão em toda parte. Tardígrados são capazes de parar o seu metabolismo e se tornar "imortal" (estado de Criptobioses)*. Para entrar em Cryptobioses, tardígrados retrair suas oito patas e é quase completamente desidratados. Esta forma de resistência permite suspender o tempo, mas também para sobreviver em condições extremas.


 Ingemar Jönsson, da Universidade de Kristiangard em colaboração com a ESA, lançou tardígrados no espaço para testar sua resistência. Em 14 de setembro de 2007 embarcadas em um foguete Soyuz, duas espécies de tardígrados, entre as milhares de espécies existentes foram expostos às condições de vida no espaço. Nas palavras do artigo publicado na Current Biology, a radiação ultravioleta, 1000 vezes maior do que na Terra, teria destruído seus cromossomos. 

As duas espécies de tardígrados escolhidos para ser testados no espaço são as espécies Richtersius coronifer e Tardigradum milnesium. Foram preparadas quatro amostras de animais, cada uma composta por cerca de 30 animais e 30 ovos para a Missão Tardis (Tardigrades in space). Por causa da perda devido à desidratação da preparação, as amostras finais, são ligeiramente inferiores a 30 animais. As amostras Richtersius coronifer adultos foram obtidos a partir de uma população encontrada no sul da Suécia. Os Tardigradum milnesium adultos foram obtidos a partir de uma população de laboratório criados no Departamento de Zoologia (Universidade de Stuttgart).


Mas, depois de dez dias, a maior parte dos tardígrados sobreviveu. "Nós já sabíamos que tardígrados podem resistir a uma enorme gama de temperaturas de -270 ° C a 150 ° C, no vácuo ou na pressão de um imenso oceano hipotético de 60.000 metros ou pressão de 600 mega pascal (6 000 bar)" diz o pesquisador. 

Os investigadores suecos acreditam que os tardígrados no espaço não saíram ilesos da sua viagem, porque o DNA foi danificado pela radiação ultravioleta. No entanto, alguns animais conseguiram a "reparação" de seu DNA e sobreviveram. 

Em terra, eles também estão presentes na areia, nas regiões úmidas de telhados, salinas ou sedimentos de água doce. Sua vida não é muito conhecida, porém, tardígrados são capazes de parar o seu metabolismo e se tornar imortal (estado Criptobioses)*. Estas qualidades fazem dele um animal incrivelmente super-resistente.

 No laboratório, os cientistas conseguiram manter por oito anos em um estado de criptobioses e mesmo assim retornaram à vida. Para entrar em criptobioses, tardígrados retraem as suas oito patas e ficam quase completamente desidratados. Eles perdem mais de 99% de sua água, que substitui por açúcar que sintetiza. 
               
Este tipo de anticongelante protege suas células. Durante este período, ele protege a si mesmo em uma pequena bola de cera chamado barril microscópicos que limita a perda de água. Ao retornar de condições favoráveis, coberto de água retorna a vida.

 Alguns insetos, sapos e crustáceos são capazes de entrar em Criptobioses, mas o tardígrado pode manter esse estado durante milhares de anos e ao contar com condições mais favoráveis retorna, milagrosamente à vida. Tardígrados foram encontrados encrustado em gelo de 2 mil anos e voltou à vida. Esta forma de resistência permite não só "parar" o tempo, mas também de sobreviver a temperaturas extremas.

Mas de onde vem essa resistência excepcional?

A natureza não cria vida superequipada, em relação ao seu ambiente, para nada. Como a seleção natural tem feito para testar essas características “alienígenas”?

O tardígrado é tão resistente ao frio extremo, que nós perguntamos por quê. Uma vez que estas condições não estão presentes na Terra.
Esta característica do tardígrado é devido ao acaso ou de origens fora do nosso planeta?


O tardígrado ainda é um animal excepcional que pode nos ensinar muito sobre a vida no universo. Portanto, a comunidade científica mostra um grande interesse  em relação a este talentoso animal. 

No vídeo abaixo, legendado, veja a  força incrível dos tardígrados. O naturalista Mike Shaw de New Jersey se pergunta se este animal microscópico que se parece com uma lagarta em torna de 1 mm e que vive em musgos e líquens, não vêm do espaço. É um extraterrestre?

Com suas habilidades de sobrevivência impressionantes, os tardígrados interessam aos astrobiólogos da NASA e da Agência Espacial Europeia. De acordo com a teoria científica conhecida como Panspermia**, os tardígrados poderiam vir de outro lugar. Os cientistas esperam descobrir os mecanismos que têm permitido aos tardígrados  reparar seu DNA, após o teste no espaço. Nós já sabíamos que as bactérias e líquens poderiam suportar as condições extremas do espaço, mas que os animais também evoluídos como os tardígrados, com uma cabeça, uma boca, trato digestivo, patas, garras, músculos, sistema nervoso, pode resistir ao vácuo do espaço e da radiação estelar, têm surpreendido o mundo científico. Esta criatura, em frente à morte, entra em criptobioses, retrai-se as suas oito pernas, é quase completamente desidratado, ele perde mais do que 99% da sua água e substituir a água com anticongelante de sua produção, um açúcar conhecido como trealose. E, finalmente, para proteger completamente, é cercada por uma bola microscópica de cera.




* A criptobiose é um estado de latência que pode ser presenciado em alguns animais, quando se encontram em condições adversas do meio-ambiente (temperaturas extremas, baixa umidade, entre outros). No estado criptobiótico, todos os procedimentos metabólicos param. Um organismo em tal estado pode viver indefinidamente até que as condições ambientais voltem à normalidade. Alguns rotíferos, nematodas e tardígrados possuem essa capacidade

** Panspermia foi proposta em 1878 em uma forma moderna por Hermann von Helmholtz. É uma teoria científica que diz que a vida surgiu na Terra vinda do espaço. A vida teria chegado à Terra através de corpos rochosos, como cometas, chamamos, então de lithopanspermia. 


terça-feira, 9 de junho de 2015

CHUVA ÁCIDA

O que é a chuva ácida?

A  chuva natural é ligeiramente ácida por causa do dióxido de carbono (CO2) que contém.

A chuva ácida é formada quando os óxidos de enxofre e de nitrogênio se combinam com a umidade do ar para a liberação de ácido sulfúrico e ácido nítrico. Estes dois poluentes atmosféricos comuns causam chuva ácida.

Muito compostos químicos voláteis, tais como metais
pesados, sulfeto de hidrogênio, o cloro, dioxinas e gases
ácidos são encontrados na fumaça emitida para a atmosfera
 pela industria, felizmente cada vez menos nos países
ricos.
Quando estas substâncias são liberadas para a atmosfera, elas são susceptíveis de ser transportadas a longas distâncias pelo vento, antes de cair de volta à terra como chuva ácida (chuva, neblina, neve ou poeira). Estas chuvas ácidas degradam e destroem ecossistemas a algumas construções antigas.

A chuva ácida pode ter origem natural vulcânica, emissões de enxofre, por exemplo, mas são essencialmente  humanas, gerado pela indústria, usinas de energia e de transporte.






Mediada da acidez

A acidez é medida com a escala de pH.
O pH (potencial de hidrogênio) é usado para medir a acidez
da água em um valor que varia de 0 a 14. Nas soluções
 onde a água é o solvente, são classificadas em três
 grupos: solução básica - pH entre 7 e 14; neutra - pH 7;
solução ácida - pH entre 0 e 7.

Esta escala mede acidez, mas também a basicidade do líquido. Um pH de 7, corresponde a uma solução neutra como a água destilada.

Cada unidade da escala representa uma multiplicação por dez unidades ou acidez. Por exemplo, uma chuva com pH 5 é dez vezes mais ácida do que a chuva de pH 6.

Os lagos têm um pH próximo de 7, devido ao teor de cálcio que vem do solo. Este cálcio neutraliza a acidez, mas não consegue neutralizar a acidez da chuva.





Agonia dos peixes

Quando pH diminui para menos de 5,5, até 4,5, pode haver
 uma mudança na flora e fauna causando a morte de peixes.
Algas podem invadir os lagos formando um espesso
tapete verde quebrando o equilíbrio ecológico.
Os peixes que estavam morrendo aos milhares nos lagos da Europa e América do Norte foram os primeiros indícios, na década de 60 e 70, dos efeitos destrutivos da chuva ácida. Salmão, truta e baratas são particularmente sensíveis à acidificação da água doce.

O dano mais intenso atribuído à chuva ácida é a capacidade de prejudicar os lagos. Na Escandinávia, no Canadá, e na França, as chuvas ácidas foram suspeitas de serem responsáveis pela sua acidificação.



Declínio das florestas

A morte das florestas é um fenômeno complexo que resulta em um enfraquecimento geral das árvores existentes.
A chuva ácida pode provocar a degradação  do solo e das
 águas subterrâneas levando à morte das árvores. Diminuem
a fotossíntese com a perda gradual da sua cor verde
transformando em cores laranja, amarelo ou vermelho. Sua
frágil casca torna-se vulnerável a pragas e doenças.


Na década de 1980, as florestas de coníferas começaram a morrer, vítimas da precipitação de chuva ácida. Muitas florestas  da Europa têm sido ameaçadas, especialmente na Alemanha, Áustria, Polônia e Romênia.

A poluição nas grandes cidades com mais de dois milhões de habitantes tem, também, um impacto sobre as florestas.











Degradação de monumentos

A acidificação da chuva leva a uma erosão de superfícies metálicas, como cobre ou zinco e, também, de rochas, principalmente as de origem calcária, como o mármore.

As rochas também são corroídas pelo vento, mas a presença de chuva ácida aumenta, consideravelmente o seu efeito. Poluentes ricos em enxofre pode se dissolver  na água e depois se combinarem com a rocha calcária e tornar o material quebradiço e facilmente solúvel na água.

A crosta que se forma na superfície degrada a rocha que, finalmente vira pó. Muitos edifícios históricos são prejudicados pela chuva ácida.

Conclusão

Na década de 80, os países industrializados ciente do problema, chegaram a  um acordo para limitar a poluição, especialmente a causada por veículos automotores.

A causa desses desastres foi  identificada e foram tomadas medidas em 1990 em uma convenção que reuniu cientistas, empresas e agências governamentais.

Filtros apropriados foram instalados no topo de chaminés e chuvas ácidas diminuíram significativamente, proporcionando assim, a preservação de florestas e organismos aquáticos.

Em 2007, se falou muito menos da chuva ácida nos países ricos, já que as medidas tomadas desde a década de 80 contribuíram para a queda abrupta  dos efeitos adversos ao meio ambiente.

Nós consideramos que a chuva é ácida quando seu pH é inferior a 5,6 (pH natural da chuva).

A chuva ácida tem um impacto sobre as florestas, animais, construções, mas também afetam nossa saúde. Embora as reações química que  entram no jogo da formação da chuva ácida na atmosfera sejam complexas, os principais culpados são os resíduos industriais.

Fonte: www.astronoo.com